Cientistas do MIT fotografaram pela primeira vez o asteroide Pallas, conhecido como “A Bola de Golfe”. As imagens foram feitas entre 2017 e 2019, utilizando um telescópio no Chile. O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

O asteroide foi visto pela primeira vez em março de 1802. À época, um astrônomo alemão olhou para o céu noturno e ficou horrorizado com o que viu. Explodindo através do cinturão de asteroides, havia uma grande rocha irregular, o terceiro maior corpo celeste no anel de asteroides que circunda Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

O astrônomo batizou o asteroide de Pallas – uma homenagem à deusa grega da sabedoria. No entanto, logo ele passou a ser conhecido como “A Bola de Golfe”.

Mais de 200 anos depois, a equipe de pesquisadores finalmente foi capaz de fotografar o objeto, em movimento extremamente rápido. O Pallas corre ao redor de nosso Sistema Solar a cada quatro anos. Pelas imagens, é possível entender o motivo da comparação com uma bola de golfe.

Reprodução

O apelido “A Bola de Golfe” vem da inclinação incomum do asteroide – e de sua história de quatro bilhões de anos extremamente violenta. Quando gira em torno do cinturão de asteroides, o Pallas é propenso a colidir com tudo em seu caminho. Isso cria inúmeras crateras gigantes (com mais de 30 km de diâmetro), que se espalham por toda a superfície do corpo celeste – similar a uma bola de golfe.

Mesmo com sua natureza agressiva, o asteroide não representa um perigo para a humanidade. Ao contrário: nosso pouco conhecimento sobre ele ainda pode permitir muitas descobertas científicas. O Pallas é o maior objeto do cinturão de asteroides a nunca ter sido visitado por uma espaçonave.

“A partir dessas imagens, podemos dizer agora que o Pallas é o objeto mais craterado que conhecemos no cinturão de asteroides”, afirmou Michaël Marsset, principal autor do artigo e pós-doutorando do MIT. “É como descobrir um mundo novo”, completou.

Capturadas entre 2017 e 2019, as fotografias da grande “Bola de Golfe” foram tiradas no Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, no Chile. No período em que foi fotografado, o asteroide estava em sua localização mais próxima da Terra. 

Via: Edimburgh News