Cientistas descobrem protoaglomerado de galáxias mais antigo do universo

Batizado de z66OD, conjunto de 12 galáxias tem 13 bilhões de anos, e já existia quando o universo tinha apenas 800 milhões de anos de idade
Rafael Rigues27/09/2019 15h49, atualizada em 27/09/2019 16h10

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Uma equipe internacional de astrônomos, liderada pelo Observatório Astronômico Nacional do Japão e que contou com a participação do nosso Observatório Nacional, descobriu o ‘protoaglomerado‘ de galáxias mais antigo de que se tem notícia: batizado de z66OD, ele tem 13 bilhões de anos.

Um aglomerado de galáxias é um grande conjunto de galáxias que são mantidas em um agrupamento pela força gravitacional. Um protoaglomerado é um sistema com dúzias de galáxias se transformando em um aglomerado.

Atualmente em nosso universo os aglomerados de galáxias podem conter milhares de membros, mas a formação deles é uma das grandes questões da astronomia. Para entender a formação dos aglomerados os cientistas procuram seus ‘progenitores’ no passado, os protoaglomerados.

Para fazer a descoberta a equipe usou o Telescópio Subaru, com observações subsequentes feitas pelos observatórios W.M. Keck e Gemini North, todos localizados no topo do vulcão Mauna Kea, no Havaí.

Reprodução

Cada ponto vermelho dentro de um dos destaques é uma das galáxias do z66OD

Segundo Yoshiaki Ono, da Universidade de Tóquio, no Japão, que conduziu as observações espectroscópicas, “O protoaglomerado z66OD é o protoaglomerado mais antigo, superando o antigo recorde estabelecido pelo protocaglomerado SDF em mais de 100 milhões de anos”. Isso é importante, pois revela que os protoaglomerados já existiam quando o universo era muito jovem: apenas 800 milhões de anos.

z66OD pode ter ainda mais segredos a revelar. Segundo Seiji Fujimoto, da Universidade de Waseda, no Japão, “observações recentes revelam que os protoaglomerados podem conter galáxias imensas obscurecidas por poeira interestelar. Embora não tenhamos encontrado nenhuma destas galáxias no z66OD, observações futuras feitas pelo ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, um radiotelescópio no Chile) podem encontrá-las, e revelar toda a estrutura de z66OD”.

Além do Observatório Astronômico Nacional do Japão, a pesquisa contou com participantes dos Estados Unidos, Taiwan, Reino Unido, China, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca e Brasil.

Fonte: Subaru Telescope

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital