Dentre alguns dos maiores mistérios da humanidade está o questionamento sobre Marte. As perguntas são das mais diversas e fazem com que as pessoas criem muitas teorias sobre a presença de vida no planeta. A missão da Agência Espacial Europeia, conhecida como Mars Express, foi lançada em 2003 e, desde então, circula o planeta constantemente tirando fotos de alta definição de sua superfície.

Usando essas fotos, pesquisadores da Universidade de Utrecht, liderados por Francesco Salese, observaram a fundo 24 crateras do hemisfério norte de Marte, em busca de sinais de água. Suas descobertas, publicadas no Journal of Geophoshycal Research: Planets, mostram que a maioria das crateras estudadas tinham sinas de água corrente. Isso os levou a acreditar que o planeta já teve uma reserva de água que se localizava a, mais ou menos, 5 mil metros abaixo do nível do mar de Marte.

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Em comunicado à imprensa, Salese afirmou que Marte já foi um mundo aquático, e que isso mudou quando a atmosfera do planeta mudou, fazendo com que a água recuasse abaixo da superfície para formar poços e “água subterrânea”. A presença dessa água ainda é incerta, porém, o que se pode confirmar é a existe uma grande rede de galerias subterrâneas que continha água corrente.

As crateras possuem uma grande variedade de características que corroboram para isso: canais esculpidos pela água, evidências de vales formados pela erosão e a presença de linhas costeiras criadas pela água parada. Esses sinais de água anunciam a potencial descoberta de vida, ou o que restou dela, no planeta.

“Resultados [de pesquisa] como esse são extremamente importantes, eles nos ajudam a identificar as regiões de Marte que são mais promissoras para se encontrar sinais de vida passadas”, disse Dmitri Titov, cientista do projeto Mars Express.

Há ainda quem acredite que Marte possui água líquida até hoje, uma equipe de pesquisa sugeriu que um lago subterrâneo pode ter sido formado por atividade vulcânica dentro da crosta de Marte, criando a possibilidade de suportar vida. Outros acreditam que há um lago logo abaixo da camada gelada do lado sul do planeta.

Descobrir esses indícios de vida será o foco de diversas missões no futuro, incluindo a do rover Tosalind Franklin da ESA, que deve pousar em Marte em 2020.

Via: Cnet