Cientistas criam câmera de 10 mil megapixels para fotografar planetas distantes

Redação20/04/2018 19h20, atualizada em 20/04/2018 19h30

20180420162156

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Nas últimas décadas, cientistas do mundo todo já catalogaram algumas dezenas de milhares de planetas fora do nosso sistema solar – alguns até possivelmente habitáveis. No entanto, jamais foi possível visualizar esses planetas de forma clara.

Observar exoplanetas, até hoje, se limita a registrar números numa tabela e contar com a imaginação de artistas. Isso pode mudar em breve com uma nova câmera desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos, e revelada pelo site Motherboard.

A câmera foi batizada de “Darkness”, que significa “escuridão” em português. Mas o nome é uma sigla para “Dark-speckle Near-infrared Energy-resolved Superconducting Spectrophotometer”, ou “Espectrofotômetro supercondutor com resolução de energia para pontos escuros quase infravermelhos”.

O nome complicado batiza uma câmera capaz de tirar fotos de até 10 mil megapixels. Ao contrário da câmera no seu celular, esta é feita especificamente para ser acoplada a telescópios extremamente poderosos e para fotografar planetas distantes.

Trata-se, mais especificamente, de uma câmera de supercondução, uma espécie de detector a cintilação super rápido, do tamanho de um cachorro, segundo a descrição do Motherboard. O Darkness será montado no Telescópio Hale, na Califórnia.

A câmera usa detectores de indutância cinética de microondas para eliminar ruídos de leitura, um problema comum em pós-processamento de imagem que causa distorções no caminho entre a captura da foto e a sua revelação.

O Darkness consegue reproduzir fotos sem essa distorção, processando dados até 2.000 vezes por segundo e registrando o equivalente a até 1.000 quadros por segundo. O espectrógrafo ainda consegue determinar o comprimento de onda de cada fóton capturado, e o momento exato em que isso ocorre.

Cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa participaram do projeto, que foi financiado pela Fundação Nacional da Ciência dos EUA e levou três anos para ficar pronto.

A princípio, o Darkness será usado para observar planetas já conhecidos num raio de até 30 anos-luz da Terra. Conforme novos e mais sofisticados telescópios sejam feitos, a câmera poderá ser usada para caçar exoplanetas desconhecidos e ainda mais distantes.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital