O Grande Colisor de Hádrons (Large Hadron Collider, ou LHC), com 27 km de extensão, é o maior acelerador de partículas do mundo. Ele fica na Suíça, sob responsabilidade da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) e sua contribuição à ciência é inestimável. Mas instituição está pronta para dar um passo além, e aprovou o projeto para construir um novo acelerador com 100 km de extensão.
O Cern precisará de ajuda global para financiar o projeto, que deve custar pelo menos 21 bilhões de euros. A ideia é que até meados deste século, a nova máquina possa fazer a colisão entre elétrons e seus parceiros de antimatéria, os pósitrons, e estude as propriedades do bóson de Higgs.
A decisão, tomada por unanimidade pelo conselho do Cern, permite à instituição pesquisar a viabilidade do novo equipamento – até então, vários outros projetos vinham tendo prioridade. “Este é um passo importante, para que os países da Europa digam ‘sim, é isso que gostaríamos que acontecesse'”, afirma o físico da Universidade de Oxford, Reino Unido, Llewellyn-Smith, em entrevista à Nature.
A “Estratégia Europeia para Atualização da Física de Partículas” terá dois estágios: no primeiro, o Cern construiria um colisor de elétrons-pósitrons ajustado para maximizar a produção de bósons de Higgs e entender suas propriedades em detalhes. Do meio para o fim do século, a máquina seria desmontada e substituída por um reator de próton-próton, com capacidade para energias de colisão de 100 teraelétron-volts (TeV), em comparação com os 16 TeV do LHC.
O novo equipamento poderia procurar novas partículas ou forças da natureza e estender ou substituir o atual modelo padrão da física de partículas. Grande parte da tecnologia exigida pela máquina final ainda não foi desenvolvida e será objeto de intenso estudo nas próximas décadas.
O início da construção do túnel, nas proximidades do Cern, na Suíça, está previsto para 2038. Até lá, o laboratório continuará operando uma versão atualizada de seu equipamento atual, chamado High Luminosity LHC, que está atualmente em construção.
Via: Scientific American