Calendário astronômico de dezembro: veja quando ficar de olho no céu

Rafael Rigues02/12/2020 12h52, atualizada em 02/12/2020 12h58

Eclipse_Solar-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Dezembro de 2020 será um mês especial. Além do pico de duas chuvas de meteoros e um eclipse parcial do Sol, teremos a “grande conjunção” entre Júpiter e Saturno: os planetas estarão tão próximos que a olho nu parecerão uma única estrela, algo que não acontece nesta magnitude há quase 400 anos! Veja a seguir o nosso calendário astronômico, com os principais fenômenos naturais do mês, bem como os lançamentos de foguetes mais interessantes.

Vale lembrar que todos os horários e direções indicados consideram um observador em Brasília, e podem ocorrer um pouco mais cedo ou mais tarde dependendo de sua posição no país.

5 de dezembro: um foguete Falcon 9 da SpaceX irá lançar a missão CRS-21 levando suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS). Ele irá decolar da Base da Força Aérea em Cabo Canaveral, na Flórida, às 13h39. A SpaceX irá transmitir o evento será ao vivo.

7 de dezembro: a agência espacial indiana (ISRO) vai usar o foguete “Veículo de Lançamento de Satélites Polares” (PSLV-C50) para lançar o satélite de comunicação CMS 1. Ele irá decolar do centro espacial Satish Dhawan em Sriharikota, na Índia, às 6h30.

11 de dezembro: a empresa russa Khrunichev State Research and Production Space Center fará o segundo lançamento de teste de um foguete Angara 5, um veículo de lançamento sendo construído para enviar cargas de grande porte ao espaço. O teste estava originalmente programado para 24 de novembro. O foguete decolará do cosmódromo de Plesetsk, na Rússia, às 2h22.

Decolagem do Angara 5 em seu primeiro teste, em 2014.

12 de dezembro: um foguete Electron da Rocket Lab irá lançar o satélite-radar StriX-α para a empresa japonesa Synspective. O equipamento pode detectar do espaço mudanças milimétricas na superfície da Terra, independente das condições climáticas, a qualquer hora do dia ou da noite.

O codinome da missão é “Owl’s Night Begins” (“A noite da coruja começa”), já que Strix é um gênero de corujas. O foguete irá decolar da Península Mahia, na Nova Zelândia, entre as 6h e 7h59, com transmissão ao vivo.

13 e 14 de dezembro: Pico da chuva de meteoros Geminídeos.

14 de dezembro: o único eclipse solar total de 2020 cruzará a ponta mais ao sul da América do Sul. Infelizmente, nós Brasileiros só veremos o fenômeno parcialmente: quanto mais ao sul você estiver, mais do Sol será encoberto.

Quem estiver em Brasília não verá mais que 20% do Sol sendo encoberto pela Lua entre as 13h15 e 14h50. Já em Porto Alegre, quase a metade de nossa estrela será ocultada, entre as 12h29 e 15h10.

O eclipse poderá ser visto a olho nu, mas lembramos que você nunca deve olhar diretamente para o Sol, sob risco de danos permanentes à sua visão. Nem mesmo o velho truque da “chapa de raios-x” é seguro: especialistas indicam o uso de óculos especiais que filtrem os raios solares ou então telescópios e câmeras com filtros apropriados.

Simulação do eclipse solar de 14 de dezembro como visto de Porto Alegre às 13h45. Fonte: In the Sky

Segunda quinzena

17 de dezembro: teremos uma conjunção dupla no céu. A Lua crescente estará em conjunção com Júpiter às 1h30, e com Saturno às 3h20. Infelizmente, nestes horários a Lua estará abaixo do horizonte aqui no Brasil. Mas você poderá observar Saturno e Júpiter próximos dela do momento do pôr do sol até por volta das 20h45, quando os planetas começam a se por atrás do horizonte.

21 de dezembro: solstício de inverno às 6h47, marcando o início do inverno no hemisfério norte e verão aqui no hemisfério sul.

Mas o destaque do dia será a grande conjunção entre Júpiter e Saturno, que a olho nu estarão tão próximos que parecerão ser uma estrela só. Embora conjunções entre estes planetas sejam comuns, eles não estão tão próximos desde 16 de julho de 1623. Eles serão visíveis a partir do pôr do Sol (às 18h57, considerando um observador em Brasília), 24º acima do horizonte a oeste, e ficarão no céu até sumirem sob o horizonte às 20h46.

21 e 22 de dezembro: pico da chuva de meteoros Ursídeos, que tem esse nome pois parecem surgir da constelação de Ursa Maior.

23 de dezembro: conjunção da Lua com Marte às 15h31. Neste momento a Lua já estará visível no céu, mas Marte só será visível a partir do pôr-do-sol, às 18h30, até as 1h13 do dia 24, quando se põe atrás do horizonte.

29 de dezembro: A Lua cheia de dezembro, conhecida nos EUA como a “Lua Fria”, começa às 0h28.

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque, uma bússola ou um app de astronomia em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

Quanto às bússolas, quem usa um iPhone não precisa de um app extra: basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Reprodução

O SkySafari usa bússola e GPS para identificar as estrelas para as quais o celular está apontando. Imagem: Simulation Curriculum

Outra opção é usar um app de astronomia, que usa a bússola do celular e sua localização obtida via GPS identificar o que você está apontando ou indicar para onde olhar. Uma boa opção é o Sky Safari, da Simulation Curriculum Corp., que está disponível em versões para Android e iOS e pode ser usado gratuitamente.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital