Brasil receberá nova base para expandir sistema de geolocalização russo

Renato Santino10/08/2018 22h13, atualizada em 10/08/2018 22h20

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O Glonass, o sistema de geolocalização russo criado durante a Guerra Fria como uma resposta ao GPS, está ficando melhor, graças ao Brasil. Isso porque será instalada na região Norte do país a quinta estação do sistema como fruto de uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira e o governo russo.

As bases deverão ser construídas em um período de seis a oito meses, embora não haja previsão de quando as obras começarão, como informou à Folha de S. Paulo o coordenador da agência Rodrigo Leonardi.

Atualmente, o Glonass utiliza 24 satélites para determinar a geolocalização de algum objeto na Terra. Esse sistema de triangulação depende, no entanto, de equipamentos no solo para uma calibragem adequada, o que fez com que a Rússia procurasse parceiros em outras latitudes além de seu território. O Brasil já se tornou o país com mais bases do Glonass fora da Rússia, sendo a nova estação a quinta.

O Glonass, sigla em russo para Sistema de Navegação Global por Satélite, foi criado na época da Guerra Fria como uma alternativa ao GPS justamente para que a então União Soviética pudesse evitar a utilização de tecnologia controlada pelo seu adversário Estados Unidos. Após a dissolução do bloco soviético, a tecnologia foi praticamente abandonada até 2001, quando passou a ser ativamente desenvolvida novamente, ao ponto de hoje praticamente todos os smartphones contarem tanto com GPS quanto com o Glonass.

E o que o Brasil ganha com isso, no fim das contas? Como explica a Folha, acesso à tecnologia de geolocalização, podendo contar com um segundo sistema além do GPS, já que não há condições de lançar seu próprio conjunto de satélites.

A matéria também indica que, em outros lugares, houve preocupações relacionadas à espionagem, especialmente pelo sigilo envolvido nas instalações das bases. No entanto, Leonardi explica que esses equipamentos não têm capacidade de coleta de informação, e, além disso, eles podem ser tranquilamente desligados se houver qualquer tipo de preocupação relacionado à segurança nacional.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital