O CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, fez ontem uma alegação audaciosa à rede estadunidense de televisão CNBC. Ele afirmou que sua empresa pretende colocar um ser humano em Marte antes mesmo do que a SpaceX, a empresa de Elon Musk. A SpaceX, por sua vez, tem planos de levar humanos até Marte a partir de 2022, o que sugere que a Boeing quer chegar lá ainda antes.

Segundo a Forbes, quando Muilenburg foi questionado sobre quem chegaria antes ao planeta vermelho, ele disse o seguinte: “Eventualmente nós vamos até Marte e eu acredito firmemente que a primeira pessoa a pisar em Marte chegará lá em um foguete da Boeing”. Com essa fala, o CEO da empresa reiterou uma promessa feita em outubro do ano passado.

Muilenburg disse que a Boeing está trabalhando em um foguete chamado Space Launch System (SLS), que terá a altura aproximada de um prédio de 36 andares. O foguete será testado pela primeira vez em 2019, quando ele será enviado em uma missão para dar uma volta em torno da Lua. Ele está sendo custeado quase totalmente pela Nasa, segundo o Space.com.

Será mesmo?

A afirmação de Muilenburg não passou batida por Musk, com quem o CEO da Boeing parece estar apostando uma corrida espacial. Respondendo ao concorrente por meio do Twitter, Musk lançou um desafio: “Faça-o”. O pessoal da Boeing, por sua vez, aceitou o desafio, respondendo com um “Game On!” (algo como “valendo!”) Os tweets podem ser vistos abaixo:

De acordo com o Ars Technica, porém, há bons motivos para duvidar de que qualquer uma das duas empresas vá cumprir o prazo determinado. O próprio Elon Musk já reconheceu que a probabilidade de que o primeiro lançamento atrase de 2022 para 2024 é bem grande. A Boeing, por sua vez, tem o problema de que a Nasa é praticamente a única empresa custeando seus planos, enquanto a SpaceX já tem ao menos planos comerciais para equilibrar seus custos.

Fora isso, o site aponta também para o fato curioso de que as duas empresas estão apostando corrida para chegar a Marte, mas nenhuma das duas consegue realizar ainda viagens tripuladas. Da última vez que a Nasa precisou mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional, a agência estadunidense teve que recorrer ao auxílio da Rússia, já que sua própria nave tripulada havia sido aposentada em 2011.