Júpiter é o planeta com o maior número de luas do Sistema Solar, e a lista de objetos circulando a órbita do gigante gasoso acaba de ficar ainda maior. Astrônomos anunciaram nesta terça-feira, 17, a descoberta de 12 novos satélites ao redor de Júpiter.
Duas destas novas luas já haviam sido anunciadas em junho do ano passado, mas só agora tiveram sua existência comprovada. Outras nove estão localizadas numa órbita bem distante de Júpiter e em movimento retrógrado – isto é, giram na direção oposta à do planeta.
No meio dessas nove luas há uma que os cientistas estão chamando de “excêntrica”. O astro recebeu o nome de Valetudo, em referência à bisneta do deus romano Júpiter, e é o único satélite deste grupo que gira na mesma direção de Júpiter. Ou seja, ele está na contramão das outras nove luas da mesma região.
A descoberta foi feita pelo Instituto de Ciência de Carnegie, em Washington, nos Estados Unidos. Os cientistas observaram as 12 novas luas pela primeira vez no ano passado, mas o processo de validação da descoberta, que inclui o uso de múltiplos instrumentos e telescópios diferentes ao redor do mundo, só foi concluído neste ano.
A equipe liderada pelo astrônomo Scott Sheppard encontrou as 12 novas luas usando o telescópio Víctor M. Blanco, que fica no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. Os cientistas estavam, na verdade, procurando por objetos pequenos e mais distantes, fora do Sistema Solar, quando se depararam com os satélites na órbita de Júpiter.
Agora, portanto, Júpiter possui 79 satélites conhecidos: as quatro gigantes luas galileanas, descobertos por Galileu Galilei, que são Europa, Ganímedes (ou Ganimedes), Io e Calisto; as duas prógradas internas, que giram na mesma direção de Júpiter; as nove retrógradas externas, que giram na direção oposta; e a pequena Valetudo, na contramão das retrógradas.
Todos os novos astros são extremamente pequenos se comparados com as gigantes luas galileanas, com cerca de apenas 3 quilômetros de diâmetro. A Valetudo, segundo os cientistas, é a menor de todas. E já existem teorias que explicam a enorme quantidade de luas tão pequenas na órbita de Júpiter.
Sheppard, o líder do estudo, afirma que a existência de satélites circulando o planeta em direções opostas pode ter causado colisões ao longo dos anos. Algumas dessas pequenas luas têm características muito parecidas, o que indica que, um dia, podem ter sido uma só lua maior.
Diversas colisões ao longo de milhares ou milhões de anos podem ter dividido grandes luas em pequenas rochas que agora circundam o planeta. A descoberta ainda precisa ser avaliada e confirmada pela União Astronômica Internacional, grupo responsável por oficializar e batizar novos astros no Sistema Solar e além.