A Amazon planeja lançar uma constelação de 3.236 satélites na órbita baixa da Terra com o objetivo de fornecer internet para regiões ao redor do mundo sem cobertura ou sem acesso básico. A iniciativa chama-se Project Kuiper e foi confirmada, nesta quinta-feira (04), pela gigante de tecnologia. Arquivos documentando o projeto foram enviados para registros na União Internacional de Telecomunicação (na sigla em inglês, ITU), mas não há previsão de início do lançamento.
O Projeto Kuiper consiste em uma rede de satélites em três altitudes diferentes, que vão oferecer internet de regiões da Escócia até áreas abaixo do ponto mais meridional da América do Sul. Esse espaço, teoricamente, cobre mais de 95% da população da Terra.
Ao The Verge, um porta-voz da Amazon disse o Projeto Kuiper fornecerá conectividade de banda larga de baixa latência e alta velocidade. “É um projeto de longo prazo que prevê atender a dezenas de milhões de pessoas que não têm acesso básico à internet de banda larga”, afirmou.
A Amazon é a última de uma série de empresas que estão investindo em planos de ampliar a cobertura mundial de internet banda larga a partir de uma rede de satélites. O método pode gerar menos custos e latências mais baixas.
Além da Amazon, a SpaceX, do bilionário Elon Musk, planeja lançar até 12 mil satélites como parte de sua constelação Starlink; já a OneWeb, uma multinacional de telecomunicação, pretende lançar 650 desses dispositivos e o Facebook está desenvolvendo seu próprio satélite de internet.
A Amazon ainda não anunciou se pretende construir seus próprios satélites ou comprá-los, embora o CEO da companhia, Jeff Bezos, tenha fundado sua própria empresa de voos espaciais, a Blue Origin.
A gigante também vai precisar de uma rede de estações terrenas de telecomunicações para poder se comunicar com os satélites. É possível que o AWS Ground Station, um serviço de controle de comunicação e operações via satélite, seja usado para a transmissão de informações entre o espaço e a terra.
Para lançar os satélites, a Amazon precisa receber a aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês). A FCC vai considerar questões como o congestionamento orbital, bem como os planos da empresa para desorbitar seus satélites no final da operação, antes de autorizar o projeto.
No ano passado, a NASA recomendou que 99 de cada 100 satélites dessas constelações deveriam ser retirados de órbita depois que as empresas concluíssem suas missões. A posição da agência é evitar que o espaço ao redor da Terra se encha de lixo potencialmente perigoso.
Via: The Verge