A Amazon busca permissão do governo norte-americano para lançar 3.236 satélites de banda larga que cobririam quase todo o Estados Unidos – com exceção do Alaska – e grande parte do resto do mundo. O ambicioso projeto foi apresentado à Comissão Federal de Comunicações (FCC) pela subsidiária da empresa, Kuiper Systems.

Ainda não está claro quando a Amazon começará esse serviço, mas o FCC exige o lançamento de 50% dos satélites em seis anos, depois de conceder a autorização, e de todos, em até nove anos. Segundo a empresa, o lançamento será feito em cinco fases, com o primeiro já colocando 578 satélites em órbita.

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Apesar do território norte-americano ser o mais favorecido, o sistema pode ser mais até mais útil em países com pouco acesso à conexão a cabo ou fibra. A Amazon informou que o foco do Kuiper é servir partes carentes do mundo. “Este é um projeto de longo prazo que prevê servir dezenas de milhões de pessoas que não têm acesso básico à internet de banda larga”, disse a empresa.

O plano, porém, estende-se além da internet residencial e comercial. A ideia é que o acesso móvel também seja disponibilizado. Em novos registros, a Amazon informou que sua rede estará disponível para operadoras móveis; assim pequenas operadoras poderão comprar banda larga da Amazon para melhor sua conexão. Ainda não está claro se a banda larga será vendida diretamente aos consumidores.

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Detalhes da operação

O presidente da Kuiper, Rajeev Badyal, é ex-vice-presidente da SpaceX. Supostamente, ele foi demitido da empresa anterior porque Elon Musk estava insatisfeito com o progresso dos satélites de banda larga da companhia.

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A Amazon disse que pretende operar os satélites em altitudes variadas de 590km, 610km e 630km. Sua concorrente nesse negócio, a SpaceX já conseguiu a aprovação do FCC para implantar 12.000 satélites em baixa altitude. Assim como a OneWeb, Space Norway e Telesat.

Os satélites de baixa altitude fornecem uma latência muito melhor do que os atuais sistemas. E muitas vezes, conexões, como as de banda larga com fio, não chegam a zonas rurais. A ideia da Amazon é “fechar esse fosso digital”. Ainda não existem especificações de velocidade ou preços. Mas já tem muita promessa “de alta velocidade e baixa latência” no documento enviado à FCC.

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O número de estações terrenas de gateway “será aproximadamente igual ao número de satélites ativos servindo ao território dos EUA”, disse a Amazon. A empresa informou que vai instalar mais estações terrestres “em regiões onde há maior possibilidade da chuva” para compensar a perda de sinal, bem como ao longo das costas “para apoiar os clientes no exterior”. Cada satélite Kuiper poderá acessar duas estações terrenas de gateway como parte do plano da Amazon para minimizar o tempo de inatividade. 

Desse modo, a Amazon planeja convencer a FCC da importância do projeto e de sua própria capacidade para realiza-lo, assim como provar que pode destruir satélites com problema ou desativados sem afetar a órbita.

Fonte: ArsTechnica