A ciência quer levar um banco de esperma humano para o espaço

Experimentos iniciais demonstram que os gametas masculinos podem funcionar perfeitamente quando expostos a situações adversas de gravidade
Redação24/06/2019 17h55, atualizada em 24/06/2019 19h00

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Fazer sexo sem gravidade pode não ser uma tarefa das mais fáceis e, até por isso, a ciência busca outras formas de reprodução humana no espaço sideral. A aposta da vez é no esperma humano, que funcionaria com perfeição sem a ajuda da gravidade da Terra. Seria possível transportá-lo do nosso planeta para lá e eliminar a necessidade de um ato sexual constrangedor?

Um estudo preliminar observou amostras de espermatozoides expostos a uma situação de microgravidade e não identificou nenhuma diferença com relação às amostras de controle em solo firme. Essa descoberta sugere uma alternativa no futuro para “levar com segurança gametas masculinos ao espaço e considerar a possibilidade de criar um banco de esperma humano fora do planeta Terra.”

É importante ressaltar que os experimentos usaram exemplares congelados de esperma, de acordo com a pesquisadora Montserrat Boada, do Dexeus Woman’s Health, em Barcelona. Boada apresentou os resultados do estudo neste domingo (23/6), em conferência da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia. “Alguns estudos sugerem uma redução de mobilidade em amostras frescas de esperma humano. Mas nada foi relatado sobre os possíveis efeitos da diferença gravitacional em gametas humanos congelados, estado no qual eles seriam levados ao espaço”, afirma.

Não importa se os exemplares de esperma não foram, de fato, transportados para além da órbita terrestre nestes testes. Nos experimentos, eles foram colocados em um voo parabólico que expôs as amostras a oito segundos de gravidade zero por manobra. Uma análise do esperma viajante em comparação com as amostras de controle mostrou apenas diferenças mínimas já esperadas entre quaisquer fragmentos.

Agora, os pesquisadores vão tentar replicar os resultados e realizar novos experimentos com períodos maiores de exposição à microgravidade. “É importante estudar os efeitos da exposição humana a longo prazo para que possamos enfrentá-los”, reforça Boada. “Não é ilógico começar a pensar na possibilidade de reprodução além da Terra.”

Fonte: CNet

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital