A versão que nós testamos é a R2. Na família Volvo, essa é a denominação para carros com uma pegada mais esportiva, que traz junto acabamentos diferenciados. Antes de falarmos do que mais nos interessa – que é a tecnologia – vamos às informações básicas.

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Começando pelos pneus, de aro 20 e perfil bem estreito. Eles conferem o ar esportivo pretendido pela série R2, mas, nas ruas brasileiras, como a gente já sabe, significam perceber mais claramente todos os buracos…

No interior, o carro traz acabamentos bacanas. Não tão premium quanto os encontrados no XC60 – o SUV da mesma marca, mas, ainda assim, materiais de boa qualidade. O banco do motorista é elétrico, com duas posições de memória. O do passageiro também tem acionamento elétrico. Aliás, esse é um ponto forte da Volvo: seus bancos estão entre os mais confortáveis no segmento. O volante pequeno vai na linha da pegada esportiva. Antes de falar dos recursos digitais – uma olhada na mecânica.

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Esse motor é uma novidade, com 3 cilindros, movidos a gasolina. É um turbo de 1,5 litros, que entrega 180 cavalos de potência. Como em outros modelos da Volvo, esse é um motor que chama a atenção pelo torque. Conjugado a um câmbio de 7 marchas e dupla embreagem, o resultado é um carro super ágil.

Agora, voltando à parte digital da história, temos o painel Sensus – que é o nome de batismo dos sistemas de entrenimento e informação da Volvo. Aqui, ele chega por meio da tela de 9 polegadas sensível ao toque. Vários controles do carro estão concentrados aqui. É aqui, também, que está uma das principais funções desse veículo. Explicando.

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Estamos falando de um híbrido. Uma das maneiras de recarregar a bateria é selecionar a função Charge. Fazer isso é simples. Basta deslizar o dedo da esquerda para a direita e tocar no ícone. Pronto: a bateria passa a ser recarregada pelo motor a combustão.

E já que estamos falando de recarga de bateria. Um detalhe importante. A Volvo entrega o carro com esse conjunto de cabos e plugues. O problema é que você vai precisar adaptar alguma tomada da sua casa para usar esse plugue. Trata-se de um conector bifásico: duas fases e um neutro e 16 amperes. Nada de muito diferente de outros eletrodomésticos, mas o plugue não tem um adaptador. O que é estranho porque, em outros testes que o Olhar Digital já fez com outros híbridos ou elétricos, sempre houve um adaptador fornecido pela montadora. Nesse caso, você precisará trocar uma tomada da sua casa – ou se contentar em apenas usar alguma estação de reabastecimento pública. Nesses locais, o carro precisa de 3 horas para uma carga completa. Na tomada de casa, o tempo sobe para 9 horas…

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Voltando ao sistema Sensus, você toca nesse botão e ele alterna entre vários tipos de direção. Na híbrida, o carro usa os dois tipos de propulsão: a elétrica e a convencional. Depende do quanto você pisa no acelerador. Mais pressa, mais participação do motor a combustão. Mais calma, maior presença do elétrico. No modo PURE, por exemplo, toda a propulsão fica por conta da eletricidade. Mas, este é um híbrido. Sua bateria é pequena, fica aqui, embaixo do estepe, e só tem autonomia de 47 quilômetros. Mas, ajuda bastante na economia de combustível… No nosso teste, o carro alcançou cerca de 16 quilômetros por litro na cidade. E perto de 13 quilômetros por litro na estrada. Em geral, os híbridos gastam menos em condições de trânsito do que em condições de estrada livre…

O sistema de som traz a assinatura da Harmann Kardon. É muito bom, mas não é ótimo. Os sistemas do XC 60 – da própria Volvo, por exemplo, entregam resultado mais impressionante. O volume é bom. O subwoofer ajuda, mas falta um pouco mais de precisão no áudio. É claro que estamos falando de um carro de alto padrão – então, também ligamos o modo de exigência máximo.

Tem várias coisas que certamente agradam: o sensor de chuva, sensor de luz, os faróis que acompanham as curvas, o porta-malas com porta elétrica, que pode ser acionado por um movimento do pé – ótimo para quando você está com as mãos ocupadas…

Bacana também o recurso do cruzeiro adaptativo, que não é novo – mas só aparece em carros mais luxuosos. Ele mantém a distância para o carro da frente. É ótimo para encarar trânsito. O carro freia e até para sozinho e, para retomar a marcha, basta um toque no acelerador. A Volvo incorporou também o Pilot Assist. E o carro consegue, na maior parte das vezes, fazer curvas sozinho, se manter na faixa e manter a distância do veículo. Dá uma ideia de como os carros autônomos serão um dia. Quer dizer, o sistema foi prejudicado inúmeras vezes pelas curvas irregulares e pela falta de faixa e de sinalização das nossas ruas e estradas – mas a tecnologia está lá…

Este é um carro que tem preço girando em torno de 245 mil reais neste mês de agosto de 2020. Uma parte dessa conta – é claro – paga o sistema híbrido… A pergunta que fica é se já vale o investimento. É claro que que se pensarmos num carro que polui menos porque consome menos combustível certamente o resultado é positivo. Mas, lembrando que as médias de consumo não foram tão melhores assim que os movidos apenas a motores convencionais, realmente é preciso fazer cálculos, já que a versão mais barata desse mesmo XC40 sai por volta de 204 mil reais, ou quase 40 mil a menos. É claro que não é apenas a parte elétrica que determina essa diferença de preço. Essa versão R2 é o topo de linha e oferece mimos e recursos que não estão presentes nas outras – mas poder dirigir um carro elétrico – ou híbrido, nesse caso – certamente é um desses diferenciais.