Ainda vai levar algum tempo para que a gente comece a reparar em carros elétricos nas ruas do Brasil. Uma cena como esta: diversos modelos elétricos rodando juntos ao mesmo tempo, por enquanto, só assim, em um evento que discute as diferentes formas de eletrificação dos automóveis. Mas esse dia vai chegar. Até antes do que a gente imagina. Por enquanto, a principal certeza é que os elétricos representam a próxima marcha rumo ao futuro da mobilidade. Mesmo que alguns obstáculos importantes precisem ser superados nesse caminho.
A Companhia Paulista de Força e Luz, que opera o maior laboratório de modelos movidos a bateria do país, afirma que a maioria das redes de distribuição do Brasil já está preparada para os elétricos. Ou seja, a princípio, energia não é problema. Por outro lado, só existem cerca de 140 postos públicos de recarga disponíveis. Quase todos localizados nas regiões Sul e Sudeste. É pouco! Mas, por enquanto, suficiente para os pouquíssimos elétricos que rodam pelas ruas e estradas brasileiras. Além disso, a indústria acredita que a maioria das recargas vão ser feitas nas casas dos usuários durante a madrugada. E acredite na tomada comum.
As baterias, sim, ainda são um problema. Cada vez menor, é verdade, mas são. O investimento em pesquisa e desenvolvimento nos últimos anos em relação às baterias é o maior do segmento dos elétricos. Mas ainda não existe a “bateria perfeita”. Muita coisa está sendo testada e, vira e mexe, novas tecnologias aparecem. A última, anunciada por uma grande montadora japonesa, tem a ver com um uso mais inteligente da bateria do carro. Carregadas através da rede elétrica ou até usando painéis solares, a marca anunciou uma tecnologia que permite que a energia armazenada na bateria do veículo possa ser compartilhada com a casa do usuário enquanto o carro fica estacionado. Uma carga completa chegaria a oferecer energia para uma casa por até quatro dias…
Se tão pouca gente no Brasil teve a oportunidade de experimentar um elétrico, nós fomos ao Autódromo de Interlagos, aqui em São Paulo, conhecer algumas das tecnologias de eletrificação já disponíveis para alguns veículos e até pisar fundo na pista. Para quem está acostumado a dirigir, sinceramente, a principal diferença é o ruído; os carros elétricos são extremamente silenciosos e, alguns mais novos, bastante potentes, com torque instantâneo. Você pisa, o carro responde!
Entre as diferentes formas de usar o motor elétrico, a gente experimentou este SUV híbrido, categoria que combina um motor a combustão e outro elétrico de menor potência.
Andamos também neste outro menor, um modelo elétrico que não precisa ser recarregado. A energia da bateria do automóvel é fornecida por um motor a gasolina, mas as rodas são acionadas somente pelo motor elétrico. As emissões são menores. O modelo é mais barato também e tão silencioso quanto um 100% elétrico.
Agora o que surpreende mesmo é o modelo totalmente elétrico. Zero emissão de poluentes. Para quem não conhece e pensa que ele fica “devendo” alguma coisa para os carros a combustão, se engana. O modelo tem ótima aceleração e uma nova tecnologia que permite conduzir o veículo usando apenas um pedal. Com a função inteligente ativa, ao tirar o pé do acelerador, o carro aciona parcialmente os freios e, dependendo da velocidade, chega até a parar. É um pouco estranho acostumar no começo, mas nada difícil de aprender para quem já dirigiu ou ainda dirige usando três pedais.
O problema que ninguém mostrou como resolver ainda é o preço. Especialmente no Brasil, os modelos disponíveis são todos importados e extremamente caros. A faixa de preço daqueles 100% elétricos por aqui beira os 200 mil reais. Se continuar assim, vai demorar bem mais para a gente ver uma frota de elétricos considerável no país.
Se você gosta de carros e se interessa pelo futuro da mobilidade, aproveite para conferir um raio-x completo que o Olhar Digital produziu sobre o momento dos veículos elétricos no Brasil. O link está logo abaixo deste vídeo…