A importância da conectividade nos veículos cresce a cada ano nessa indústria que é apaixonada por motores potentes, conforto, segurança e todos os outros aspectos que são levados em consideração quando você decide escolher seu próximo carro.

Cada vez mais, o consumidor procura por um veículo equipado com uma potente central multimídia. Se olharmos os últimos lançamentos, a maior parte das opções – sejam modelos de entrada ou mais luxuosos – contam com esse item como uma maneira de atrair aqueles que procuram estar conectados enquanto dirigem, de forma segura e sem infringir as leis. Com telas cada vez maiores, processadores mais rápidos e conteúdos aprimorados e personalizados, os consumidores depositam nas centrais o desafio de entregar algo que muda constantemente: a experiência no mundo digital.

Quando olhamos principalmente para o público mais jovem, sabemos da necessidade que sentem de navegar enquanto dirigem – o que é extremamente perigoso e considerado crime pela regulamentação de qualquer país. Pensando nisso, nos deparamos com a seguinte questão: quais são os próximos passos da indústria automotiva para atender as necessidades e os desejos dos consumidores e, ao mesmo tempo, ajudá-los a dirigir com segurança e obedecendo à legislação vigente?

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Como o ciclo de desenvolvimento do carro é pensado a longo prazo, a indústria está antenada para antecipar as necessidades que precisarão ser atendidas, especialmente na área de conectividade. Estar a um passo à frente exige análise de tendências de comportamento dos consumidores, conhecimento sobre as novas tecnologias disponíveis no mercado e desenvolvimento e realização de pesquisas com foco em direção segura e prazerosa.   

Tecnologias sem fio já disponíveis na maioria dos carros atuais atendem parte dessa demanda. Sistemas de conectividade automotivos são integrados aos smartphones e oferecem um pacote completo de possibilidades para tornar a experiência de dirigir ainda mais enriquecedora com o toque de um botão ou ainda melhor, com o comando da sua voz. Hoje, já é possível praticamente conversar e controlar muitas funções do carro sem tirar as mãos do volante e os olhos da pista. E isso se deve às pesquisas feitas no passado sobre o que os próximos consumidores iriam demandar, alinhadas às novidades tecnológicas que não param de avançar.

Carros conectados já são realidade e o próximo passo é a conexão direta com cidades inteligentes. No Brasil, a perspectiva é muito promissora. Os brasileiros são superabertos e adeptos às novas tecnologias, mas ainda há um longo caminho para as regulamentações e a infraestrutura, que precisarão ser readequadas, como transferência de propriedade de simcard, regulamentação de cobertura de sinais em vias públicas, faixa de frequências alinhadas com as tecnologias de transmissão de dados em outros países para redução de custos de desenvolvimento, entre outros. A redução de custos da tecnologia também se apresenta como desafio, mas, ao mesmo tempo, se faz extremamente necessária se pensarmos que, por meio dela, caminharemos rumo a um trânsito mais seguro, que poderia evitar gastos significativos e indesejáveis.

As grandes inovações da indústria automotiva hoje estão voltadas para sustentabilidade e mobilidade urbana e isso trará enormes impactos na relação dos consumidores com seus veículos, suas casas, seu modo de consumir e seu próprio tempo – uma vez que um dos pilares da mobilidade multimodal do futuro consiste no carro autônomo, que ‘devolverá’ o tempo e a cidade para os cidadãos, trazendo mais liberdade para fazermos o que queremos ou precisamos durante os deslocamentos. Por outro lado, as inovações nos colocam diante de novos desafios que exigirão esforços conjuntos da indústria, governo e órgãos competentes para criar as bases necessárias para a adoção em grande escala das novas gerações de automóveis e para lidar com dilemas éticos que também surgirão desse debate e que, cada vez mais, serão delegados à Inteligência Artificial.

A expectativa é que equipamentos das cidades estarão conectados aos carros, aos smartphones, às TVs, às nossas casas e a todo esse ecossistema. Me arrisco a dizer que extrapolaremos o conceito V2X (comunicação veículo a tudo) para atingirmos o X2X (comunicação de qualquer dispositivo a tudo). Isso certamente tornará nossas vidas melhores e mais seguras no futuro, que, acreditem, não está tão distante!