Em 23 de março, um carro da Tesla dirigindo em piloto automático se envolveu num acidente que deixou o único ocupante morto. Nesta semana, descobriu-se que a empresa foi afastada da investigação que apura de quem foi a culpa pelo acidente.
O NTSB é um órgão federal dos Estados Unidos responsável por investigar acidentes em autoestradas do país. A Bloomberg reporta que foi o NTSB quem pediu que a Tesla se afastasse da investigação, ao contrário do que a empresa andou dizendo na mídia.
Nesta semana, a Tesla soltou um comunicado informando que não ia mais colaborar com a investigação porque o NTSB pediu que a empresa “deixasse de divulgar informação” a respeito do modo de piloto automático em seus carros, o que ia contra sua política.
Porém, segundo fontes da Bloomberg, não foi a Tesla quem decidiu se afastar, mas o NTSB quem decidiu afastar a Tesla. A decisão teria sido comunicada ao CEO da Tesla, Elon Musk, numa ligação descrita por uma das fontes como “tensa”.
O motivo para o afastamento seria o de que a Tesla rompeu com o acordo feito com o NTSB de não comentar publicamente o caso enquanto a investigação estivesse em andamento. A ideia de “deixar de divulgar informação” foi descrita pela Tesla como “inaceitável”.
O impacto disso é que a Tesla fica sem acesso às descobertas e à evolução da investigação no NTSB, enquanto o órgão, por sua vez, fica sem a ajuda dos engenheiros da Tesla para entender como o sistema de piloto automático dos seus carros funciona.
O acidente
O acidente que matou Walter Huang, de 38 anos, foi divulgado pela Tesla em um post no seu blog oficial. Na ocasião, a empresa defendeu o seu sistema de piloto automático e indicou que a culpa pelo acidente teria sido do motorista.
O modo de piloto automático dos carros da Tesla não é igual ao de direção autônoma da Waymo ou da Uber, por exemplo. Ele não substitui a direção humana, e ainda exige que o motorista mantenha as duas mãos no volante e olho na estrada mesmo com ele ativado.
Segundo a Tesla, não foi isso o que aconteceu no caso de Huang. A empresa afirma que o condutor ignorou vários avisos alertando-o para manter as mãos no volante e os olhos na pista, até seis segundos antes do acidente que o vitimou.