O ataque ocorrido numa feira de Natal em Berlim no começo deste mês poderia ter sido pior, não fosse a tecnologia presente no caminhão que foi jogado contra as multidão.

Pouco depois de atingir a feira, matando 12 pessoas e ferindo outras dezenas, o veículo teve seus freios acionados. Inicialmente, imaginava-se que o motorista legítimo do caminhão havia tomado a ação, mas as autoridades informaram mais tarde que ele já tinha sido morto antes do início do ataque.

O que parou o veículo, impedindo que o estrago fosse ainda maior, foi um sistema chamado AEB, que opera de forma emergencial para evitar uma colisão ou torná-la menos problemática. Segundo explica o Gizmodo, após a batida, o caminhão seguiu por menos de 100 metros antes de ser parado pela tecnologia.

Em 2012, a União Europeia aprovou normas determinando que todos os veículos pesados fabricados a partir dali teriam de contar com AEB, que detecta a possibilidade de uma colisão e avisa o motorista com uma combinação de sinais visuais, sonoros e táticos; se a pessoa não fizer nada, o carro para sozinho.

Uma demonstração do poder dessa tecnologia apareceu ontem aqui no Olhar Digital, quando repercutimos um vídeo que mostra um carro da Tesla evitando envolver seu motorista num acidente que ainda nem tinha acontecido (veja).

Se não fosse o AEB, o ataque de Berlim poderia ter tido resultado parecido com o que ocorreu em Nice, na França, no meio do ano, quando um homem jogou um caminhão contra a multidão que celebrava o Dia da Bastilha. Naquela ocasião, mais de 80 pessoas foram mortas. “Essa tecnologia salvou vidas”, disse uma fonte do governo da Alemanha à imprensa local.