Robô que permite pedir pizza pelo WhatsApp logo terá mais funções, diz criador

Redação22/12/2015 16h06

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Muitas lojas de entrega de comida já utilizam o WhatsApp para realizar pedidos – um funcionário fica encarregado de usar um celular para interagir com os clientes. Recentemente, porém, o desenvolvedor brasileiro Alfred Baudisch criou um “robô” para WhatsApp que permite automatizar esse serviço.

O robô, chamado “Fred”, pode ser configurado por restaurantes que entregam em domicílio, lojas e outros estabelecimentos para interagir com seus clientes de maneira pré-programada. Com isso, clinetes podem escolher o tamanho e os sabores de suas pizzas, além das formas de pagamento, sem que nenhuma interferência humana seja necessária. Um vídeo dele funcionando pode ser visto aqui.

Começo

Baudisch falou ao Olhar Digital que já atuava no ramo de tecnologia para serviços de comida com sua empresa, Comidarama. A empresa criava aplicativos para lojas de delivery, mas com o tempo foi se expandido também para outros ramos do comércio.

O uso de aplicativos dedicados, contudo, deixava alguns lojistas um pouco desconfiados. Será que os consumidores realmente estariam dispostos a baixar um aplicativo só para interagir com sua loja? Essa questão fez com que Baudisch considerasse desenvolver alguma solução que funcionasse por meio do WhatsApp, um aplicativo que praticamente todo mundo que possui smartphone já tem.

Desafios

Segundo Baudisch, foram ao todo 14 meses levados para desenvolver o Fred, e cerca de seis desses meses foram dedicados apenas ao estudo do funcionamento do WhatsApp. Diferentemente de outros aplicativos de mensagens instantâneas, como o Telegram, o WhatsApp não é código-aberto. Isso significa que desenvolvedores não tem acesso à maneira como ele funciona.

A solução, nesse caso, foi estudar cuidadosamente o aplicativo para entender como ele lida com as informações que recebe e envia. Feito isso, criar um robô que conseguisse gerenciar e reagir a essas informações foi relativamente mais simples.

Além disso, o WhatsApp é feito para rodar em smartphones. Mas para suportar um sistema capaz de interagir simultaneamente com milhares de usuários, seria necessário um hardware muito mais potente. Baudisch conseguiu contornar isso fazendo com que o aplicativo reconhecesse seu servidor como um celular.

Crescimento

Ter um robô capaz de administrar os pedidos que chegam à sua loja pode parecer uma utopia para muitos gerentes. Não à toa, o serviço oferecido por Baudisch viu um crescimento estarrecedor desde sua finalização há cerca de 15 dias. “Ontem eu tinha uns 50 negócios na fila de espera [para usar o Fred], hoje já tem 1000”, conta o desenvolvedor. E isso tudo sem que ele investisse um centavo sequer em publicidade.

Parte da ideia do programador é que o Fred seja realmente acessível. Por esse motivo, a única cobrança que ele realiza é uma “porcentagem bem pequena” (que ele prefere não divulgar) sobre pedidos fechados com a ajuda do robô. Apesar desse número imenso de pedidos, Baudisch ainda pretende capacitar o Fred a oferecer mais serviços, para chegar a ainda mais clientes.

Mais serviços 

O robô é composto, segundo seu criador, por três camadas: uma camada de comunicação com o WhatsApp, uma inteligência artificial, e um módulo integrador. Diferentes módulos integradores podem ser usados para diferentes serviços: o módulo integrador para e-commerce, por exemplo, possui integração com a base de dados dos correios, o que lhe permite realizar buscas de endereços em áreas determinadas pelas lojas e restaurantes que usam o Fred (para que as entregas possam ser feitas).

Além dele, também existe o módilo integrador para agendamento de horários, que consultórios e outros serviços poderiam usar para montar suas agendas sem a necessidade de intervenção humana. E Baudisch ainda está finalizando também um módulo integrador de pesquisa, por meio do qual será possível solicitar ao Fred que realize pesquisas com vários usuários ao mesmo tempo, armazenando e organizando os resultados.

Integração

Embora o Fred se valha do WhatsApp para prestar um serviço, baudisch acredita que o robô “não tem nenhum problema legal”. A solução para integrar o aplicativo com outros programas foi desenvolvida por ele próprio, de maneira que se trata de um software separado.

O servidor do Fred é tratado pelo WhatsApp como um celular e, como tal, ele também tem um número no serviço. No caso mais trágico de o número vir a ser bloqueado pelo aplicativo, tudo que Baudisch precisa fazer é trocar esse número e divulgar o número novo nas redes sociais do robô. Com isso, todos podem voltar a utilizar os serviços do robô.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital