Ao mesmo tempo que os aplicativos de carona como Uber e Lyft facilitam a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo, também podem atrapalhar a de diversas outras. De acordo com estudo solicitado pelas próprias companhias, seus veículos são responsáveis por parte significativa do trânsito nos grandes centros urbanos.

A consultoria de transportes Fehr & Peers combinou dados de Boston, Chicago, LA, San Francisco, Seattle e Washington DC, durante um mês. A conclusão foi de que o Uber e a Lyft não fazem tanta diferença no trânsito das regiões metropolitanas no geral, mas produzem impacto especificamente nos grandes centros.

Em São Francisco, as plataformas são responsáveis por 13.4% dos quilômetros trafegados. Em Boston, 8%; em Washington DC, 7.2%. Esses números sofreram um aumento desde 2016, quando a Autoridade de Transportes do Condado de San Francisco analisou que esse tipo de serviço representava cerca de 6.5% dos quilômetros rodados durante a semana e 10% no fim de semana.

A pesquisa também mostrou que as corridas com passageiros englobam de 54 a 62%. Isso significa que uma parcela considerável de carros circulando estão vazios, com motoristas indo buscar seus clientes ou, simplesmente, procurando a melhor região para obter a próxima corrida.

Segundo Gregory Erhardt, professor de engenharia civil da Universidade de Kentucky, a análise mostra que, na atual configuração, esse tipo de serviço pode atrasar ainda mais os passageiros já que os donos de carros particulares (que representam de 87% a 99% do volume nas grandes cidades) continuam usando seus veículos, enquanto quem não possui carro começou a utilizar Uber ou Lyft, em vez de transporte coletivo.

A Fehr Peers lembra que cidades como Londres ou Nova York aplicaram impostos diferentes para utilização das ruas de áreas centrais como alternativa para reduzir o trânsito. O aumento dos preços tanto para carros de aplicativo quanto particulares resultou em uma diminuição na utilização dos veículos, apesar de essa não ser a medida ideal na visão das empresas do setor.

Fonte: CityLab e CanalTech