A Tesla está sendo processada pela família de um homem de 50 anos que morreu em um acidente enquanto utilizava o sistema de piloto automático da empresa, o AutoPilot. A acusação é por homicídio culposo e exige uma indenização de US$ 15 mil.
O homem de 50 anos, Jeremy Beren Banner, não foi o primeiro a morrer durante o uso do AutoPilot, mas sua família é apenas a segunda a processar a Tesla. Em maio, a família de Wei Huang, de 38 anos, que morreu em acidente parecido em 2018, processou a empresa de Elon Musk.
Banner morreu enquanto dirigia a cerca de 110 km/h em 1° de março deste ano. Seu Tesla Model 3 colidiu com um trator-reboque que cruzava seu caminho, que arrancou o teto do carro. O veículo finalmente parou a cerca de 600 metros do local do impacto.
O National Transportation Safety Board (NTSB) e a Tesla, porém, têm opiniões um pouco distintas sobre como o acidente aconteceu. Segundo relatório do NTSB, Banner ativou o Autopilot cerca de 10 segundos antes da colisão. A agência disse que o veículo “não detectou as mãos do motorista no volante” oito segundos antes da batida.
Já a Tesla afirma que os registros de dados do veículo mostraram que a Banner “removeu imediatamente as mãos do volante”. Isso significaria que ele não estava de acordo com as instruções da empresa sobre se manter no controle, mesmo com o Autopilot ligado.
Porém, a frase “não detectou as mãos do motorista no volante” não quer dizer que Banner não tivesse as mãos no volante. Usuários do Autopilot frequentemente recebem avisos para segurar o volante, mesmo quando já estão fazendo isso.
A investigação completa do NTSB provavelmente levará mais de um ano para ser concluída. Um advogado da família de Banner disse em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (1) que a Tesla tem um vídeo do acidente nas câmeras a bordo do carro, mas não está claro se a família teve acesso a essas imagens.
As circunstâncias do acidente de Banner se parecem muito com as da primeira grande fatalidade envolvendo o Autopilot. Em 2016 Joshua Brown, de 40 anos, colidiu com um trator-reboque que cruzava seu caminho em uma rodovia na Flórida. Brown também estava usando o Autopilot no momento de sua morte. Na época, a Tesla informou que a câmera do carro falhou em identificar o trator.
Elon Musk já chegou a dizer que acidentes graves envolvendo o Autopilot são muitas vezes o resultado de a “complacência” do “usuário inexperiente”. Seja o que for, o novo processo mostra que a Tesla não teria corrrigido o problema com reconhecimento de reboques em seu Autopilot – mesmo depois da morte de Brown em 2016.
Fonte: The Verge