Elon Musk acredita que alguns problemas são ultrapassados demais para 2020. É inadmissível, por exemplo, uma criança morrer por ter sido esquecida dentro de um carro fechado. Por isso, a Tesla está desenvolvendo um sensor de detecção de movimento capaz de identificar se alguém foi deixado para trás nos veículos.
A tecnologia, descrita como um “sensor de ondas milimétricas”, funciona por meio de quatro antenas de transmissão e três de recepção acionadas por uma unidade frontal de radar. As ondas emitidas pelo sistema conseguem identificar uma série de características no interior dos automóveis. Entre elas:
- A profundidade do ambiente, distinguindo crianças de adultos pelo tamanho do corpo;
- Micromovimentos como padrões de respiração e batimentos cardíacos, identificando se já começa a faltar oxigênio dentro do veículo;
- Graças à capacidade de detectar a respiração, o sensor é apto a perceber a diferença entre uma criança e um objeto deixado no assento, reduzindo a probabilidade de disparar alarmes falsos;
- Por fim, as ondas ultrapassam materiais pouco densos, como cobertores, e identificam a presença de crianças no carro mesmo se elas estiverem cobertas.
É incerto o modo como a Tesla avisará aos pais quando detectada a presença de crianças presas em um automóvel. Procurada pelo The Verge, a empresa não quis dar mais detalhes sobre o sensor.
Carros da Tesla estão entre os mais modernos do mercado. Imagem: iStock
Aprovação
A Tesla aguarda permissão da Comissão Federal de Comunicações (FCC) para incorporar a novidade aos seus automóveis. Para conseguir a aprovação, a empresa argumentou que o dispositivo pode ser utilizado para reduzir o risco de insolação veicular pediátrica e melhorar os sistemas de prevenção de roubo.
A empresa de Elon Musk citou também os dados da Administração Nacional de Segurança de Trânsito nas Rodovias (NHTSA), que apontam que mais de 50 crianças morreram entre 2018 e 2019 por terem sido esquecidas dentro de automóveis.
Contudo, os novos sensores da Tesla apresentam uma limitação crucial. Para funcionar, eles precisam operar em níveis de potência mais elevados do que os permitidos pelas regras existentes. Por isso, não surpreende se a FCC decidir por não liberar a licença para o produto.
Via: The Verge