Tecnologia pode reduzir risco de acidentes em carros autônomos

Estudo realizado por doutorandos da Technical University de Munique usa algorítimos para prever erros de motoristas; especialistas pedem cautela
Da Redação16/09/2020 16h38, atualizada em 16/09/2020 19h00

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Atualmente, está cada vez mais comum veículos saírem de fábrica com tecnologias de direção semi autônoma. Em busca da automação total, novos estudos são realizados todos os dias, e, como mostram os pesquisadores da Technical University de Munique, novas tecnologias podem ser capazes de tomar decisões e evitar acidentes baseando-se na condução de outros motoristas.

Segundo estudo publicado na Nature Machine Intelligence, os pesquisadores utilizam uma técnica chamada de “verificação formal”, onde algoritmos são utilizados para decidir qual a melhor escolha a ser tomada em cada situação. “Com esses tipos de técnicas você pode assegurar propriedades do sistema, e nesse caso, nós podemos garantir que nosso veículo não cause nenhum acidente”, afirmou Christian Pek, um dos autores do estudo publicado, para a Inside Science.

De acordo com o texto, pela primeira vez uma tecnologia é capaz de funcionar em condições de trânsito arbitrárias. “Nossos resultados mostraram que nossas técnicas têm o potencial de reduzir drasticamente acidentes causados por veículos autônomos”, afirmou Pek. Ainda segundo o pesquisador, a tecnologia também atua em situações onde acontecem acidentes com maior frequência: virar à esquerda em um cruzamento, mudar de faixas e evitar pedestres.

Reprodução

Ferramente pode calcular e tomar diversas medidas para evitar um possível acidente. Créditos: CHRISsadowski/iStock

Stephanie Manzinger, uma das autoras do projeto, diz que a ferramenta funciona prevendo diferentes tipos de comportamentos durante o trânsito. “Não consideramos só um tipo de comportamento futuro, como o carro seguindo em sua direção e em velocidade, mas todas as ações que são fisicamente possíveis e dentro das leis de trânsito”. A partir disso, a ferramenta calcula uma série de medidas de emergência que podem ser tomadas para não causar nenhum acidente.

Um dos desafios é que o algoritmo considera que o carro consegue ver a estrada, outros veículos, obstáculos e as pessoas. Também assume que todos respeitam as leis de trânsito e da física, não andando muito rápido. “A maioria dos métodos não é capaz de prever o que pode acontecer no futuro, mas o nosso método pode prever todas as potenciais evoluções do cenário, desde que os outros motoristas respeitem a lei”, afirmou Pek.

Apesar do avanço, alguns especialistas ainda falam do assunto com cautela. Segundo Bryan Reimer, pesquisador do Instituto de Technologia de Massachusetts (MIT), máquinas são melhores em evitar falhas durante situações em que a solução está clara, enquanto humanos precisam lidar com distrações. No entanto, pessoas se adaptam melhor quando a solução não é baseada em um cálculo.

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Algorítimo funciona assumindo que motoristas estão respeitando as leis de trânsito. Créditos: NikolaBarbutov/iStock

Ainda segundo Reimer, o erro robótico vai ser diferente do erro humano. Eles não irão adormecer ou se distrair quando uma notificação chegar, mas poderão confundir um pedaço de lixo na estrada com uma pessoa. Depois, ainda afirma: “nós não estamos preparados para lidar com erros de máquinas.”.

O pesquisador do MIT acredita que precisamos usar menos algoritmos e mais ação humana junto dos computadores e utiliza a indústria da aviação como exemplo. “Décadas atrás, existiam planos de automatizar o piloto no cockpit, mas a indústria logo percebeu que não era o melhor plano. Ao invés disso, eles juntaram a perícia humana com a automação.”.

Fonte: Auto Esporte 

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital