Recorde de percurso com carro elétrico é quebrado duas vezes em um mês

Trajeto conhecido como 'Cannonball Run' atravessa os EUA de costa-a-costa, numa jornada de mais de 4.500 quilômetros
Rafael Rigues05/08/2019 18h35

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Que tal dar uma ‘voltinha’ de mais de 4.500 quilômetros? Foi o que duas equipes fizeram neste mês de julho, tentando quebrar o recorde da ‘Cannonball Run’ com um veículo elétrico nos EUA.

A Cannonball Run foi uma corrida concebida por editores da revista automobilística Car & Driver, nos EUA, em 1971. A idéia era fazer no menor tempo possível um percurso transcontinental, entre a Red Ball Garage em Nova Iorque, na costa leste dos EUA, e a pousada Portofino Inn, em Redondo Beach, na Califórnia, na costa oeste.

Com a popularização dos veículos elétricos e o estabelecimento de uma rede de estações rápidas de recarga (‘Superchargers’) ao longo das principais rodovias dos EUA, nasceu o interesse dos entusiastas em repetir o percurso, mas desta vez usando um veículo elétrico. Esta ‘modalidade’ ficou conhecida como ‘Electric Cannonball’.

O recorde anterior, de 50 horas e 16 minutos, havia sido estabelecido por Alex Roy e Dan Zorilla em 2018, em um Tesla Model 3. A primeira equipe a tentar o recorde foi a família Thomsen, da Suíça. Lars Thomsen, sua esposa Betty e sua filha Robin usaram um Tesla Model 3 de longa autonomia, sem nenhum tipo de modificação e completaram o percurso em 48 horas e 10 minutos, superando em mais de duas horas o recorde de Roy e Zorilla.

Os Thomsen tinham apenas duas regras durante a viagem: não ultrapassar o limite de velocidade das rodovias e parar para recarregar apenas quando a bateria estivesse quase que completamente esgotada. Com uma velocidade média de 94 Km/h, eles fizeram 19 paradas para recarga até completar a jornada de 4.500 Km. Segundo Lars, o piloto automático do carro foi uma boa ajuda para evitar fadiga dos motoristas.

Três semanas depois, os norte-americanos Kyle Connor e Matthew Davis tentaram o percurso, também em um Tesla Model 3, porém modificado: a suspensão foi rebaixada para tornar o veículo mais aerodinâmico. Ao contrário dos Thomsen, a dupla não se importou em ultrapassar o limite de velocidade e manteve o uso do piloto automático ao mínimo. O resultado foi um tempo de 45 horas e 16 minutos.

Segundo Connor, será necessária uma melhoria na tecnologia de bateria, para aumentar a capacidade ou reduzir o tempo de carga, ou um piloto ainda mais destemido e pé de chumbo para conseguir um tempo melhor. ‘Será preciso muito esforço para bater nosso recorde’, disse ele. ‘Mas é absolutamente possível’.

Fonte: The Verge

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital