Pilotos automáticos podem bloquear uso de celulares após acidente fatal da Tesla

Proposta ganhou força após investigação concluir que vítima de acidente colidiu carro automático enquanto jogava games no celular
Redação28/02/2020 15h11, atualizada em 28/02/2020 15h30

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Sistemas de direção automática já são capazes de trocar de faixas, realizar ultrapassagens e dirigir por longas distâncias em estradas sem a necessidade de qualquer intervenção do motorista. A tecnologia, no entanto, ainda levanta discussões sobre a segurança e os deveres dos motoristas que utilizam este recurso.

O Conselho Nacional de Segurança em Transportes dos Estados Unidos (NTSB) defende que fabricantes desenvolvam soluções para impedir que condutores humanos tirem as mãos do volante e se distraiam com dispositivos e objetos enquanto utilizam o piloto automático. A ideia é criar uma função que bloqueia as atividades de aparelhos eletrônicos com “grande potencial” de distração, principalmente os telefones celulares.

O discurso ganhou força após uma investigação do mesmo órgão concluir que o motorista vítima de um acidente envolvendo o autopilot da Tesla, em 2018, jogava games no celular no momento da colisão. “Os dados de registro do carro mostram que não havia toque no volante no exato momento do impacto”, declarou o líder do NTSB, Robert Sumwalt, sobre a investigação.

Reprodução

A montadora comandada por Elon Musk está sendo processada por familiares da vítima e também foi criticada por Sumwalt. Ele disse em publicação no site do conselho que a instituição enviou recomendações de segurança às montadoras em 2017, bem antes do acidente. Mas dentre todas as companhias acionadas, somente a Tesla não respondeu.

Atualmente, os pilotos automáticos da Tesla e de concorrentes, como o sistema Super Cruise, da GM, obrigam motoristas a manterem a visão voltada para a pista à frente e tocarem o volante em um período de poucos segundos.

As recomendações da NTSB, no entanto, desafiam as ambições de algumas marcas do setor. O presidente da Lexus, Koji Sato, anunciou recentemente que a divisão de carros de luxo da Toyota trabalha em um piloto automático que dispense totalmente as mãos no volante.

Além disso, questiona os limites da comodidade que a tecnologia pode levar aos motoristas. Para Sumwalt, as fronteiras já são claras. “Se você adquirir um carro semi-autônomo, você não está comprando um veículo que dirige sozinho. Isso significa que quando você estiver usando o modo de piloto automático você não pode dormir, você não pode ler um livro, não pode assistir um filme ou programa de tv, não pode escrever e nem jogar video games”, afirmou o membro da NTSB.

Fonte: Ladbible

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital