A General Motors apresentou nesta quarta-feira (4) sua estratégia para veículos elétricos, introduzindo cerca de uma dúzia de produtos como parte de uma tentativa de mostrar aos investidores a seriedade com que leva seu futuro elétrico.

A GM exibiu alguns de seus veículos futuros e revelou uma nova plataforma modular de carro elétrico com uma nova bateria chamada Ultium. O sistema da marca deve ser flexível para se adaptar a uma vasta gama de tipos e formas de veículos, assim como acontece com a plataforma MEB, da Volkswagen.

Ao contrário das células cilíndricas e que podem ser empilhadas vertical ou horizontalmente, as novas baterias são únicas devido às “células de grande formato, tipo bolsa”. Essas baterias oferecem um alcance de 50 a 200 kWh, que se traduz em até “400 milhas ou mais”. Os motores suportam tração traseira, dianteira e nas quatro rodas.

A composição química das células das baterias da GM também foi alterada. Diferentemente da maioria das baterias de carros elétricos atuais, que usam NCM (níquel, cobalto e magnésio), a Ultium adiciona alumínio (NCMA) e reduz o cobalto em 70%. A fiação incluída atualmente na bateria do Chevy Bolt EV foi reduzida em cerca de 80%. Isso deve baixar os custos para menos de US$ 100/kWh e aumentar a capacidade de produção de carros elétricos da montadora.

Os carros com Ultium são projetados para carregamento rápido de nível 2 e CC, segundo a empresa. A maioria das baterias será de 400 volts e capacidade de carregamento rápido de até 200 kW, enquanto a plataforma de caminhões elétricos terá baterias de 800 volts e capacidade de recarga de 350 kW. A GM quer abordar os dois principais problemas para se ter um carro elétrico: custo e tempo de recarga.

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O evento pretendia convencer os investidores de que a GM é capaz de alcançar a Tesla, que disparou nas avaliações recentes, apesar de a indústria automobilística estar sofrendo os efeitos do novo coronavírus.

A montadora anunciou que pretende lançar 20 elétricos diferentes até 2023, e divulgará três deles publicamente nos próximos meses: o crossover Cadillac “Lyriq” EV, em abril, e duas versões elétricas do Hummer da GMC, em maio. “Logo” depois, virá o Cruise Origin, um veículo compartilhado, elétrico e autônomo, produzido pela Cruise e pela Honda.

Todas as quatro marcas da GM lançarão carros elétricos. O Cadillac Lyriq será o primeiro construído na nova arquitetura BEV3 da empresa. Em seguida, será apresentado o Hummer EV nos formatos picape e SUV. Também virão um Chevy Bolt EV e EUV atualizados com maior distância entre os eixos, um crossover compacto Chevy, dois SUVs Buick e um sedan Cadillac chamado “Celistiq”. Tudo isso faz parte do plano da GM de gastar US$ 20 bilhões em custo de capital e engenharia até 2025.

No início deste ano, a montadora anunciou um investimento de US$ 2,2 bilhões para modernizar sua fábrica de Detroit-Hamtramck para a produção de veículos elétricos e autônomos. Essa será a primeira planta da empresa totalmente dedicada à montagem desses veículos. Em dezembro passado, a GM afirmou que estava fechando uma joint venture com a sul-coreana LG Chem para produzir baterias em massa, que abasteceriam a fábrica de Detroit-Hamtramck.

Embora a GM tenha como objetivo as “emissões zero”, a empresa apoiou, juntamente com Fiat Chrysler e Toyota, os esforços da Casa Branca para eliminar as regras mais rigorosas de emissões na Califórnia, alegando que quem deve definir os requisitos é o governo federal, não o estadual.

Via: The Verge