A Michelin apresentou ontem o “Vision”, um novo pneu experimental que não é inflado com ar e que é composto por uma única estrutura que une roda e pneu. A invenção da Michelin é feita de materiais biodegradáveis e consegue absorver os impactos da estrada por meio de sua construção mecânica, sem a necessidade de pressão do ar.

O Engadget, que teve acesso à novidade, explicou que, como não precisa ser inflado, o pneu está imune a problemas como furos, baixa pressão ou estouros. Ele usa um novo tipo de mecanismo para se acoplar aos eixos dos veículos, e pode ser feito com uma variedade de materiais biodegradáveis, como casca de laranja, metal reciclado, palha, papel e até mesmo melaço. Um vídeo produzido pelo site mostrando a novidade pode ser visto abaixo:

Refazendo os sulcos

Um possível problema dessa estrutura única seria a necessidade de substituir tanto a roda quanto o pneu quando a superfície dela ficasse “careca”. Mas a Michelin propôs para isso uma solução envolvendo impressão 3D. Quando a superfície do pneu começasse a ficar lisa, o motorista poderia se dirigir a um mecânico especializado para imprimir em 3D novos sulcos na estrutura. A impressão seria feita com a deposição de mais camadas de materiais sobre a parte da roda que entra em contato com a estrada.

Segundo Terry Gettys, o vice-presidente global de pesquisa e desenvolvimento da empresa, seria possível até mesmo criar estações automáticas especializadas para esse processo. O motorista poderia simplesmente estacionar nelas para “trocar seus pneus” com esse método. Isso levaria, segundo ele, menos tempo do que trocar os quatro pneus.

Pneu pensante

No futuro, ainda seria possível colocar sensores nas estruturas dos pneus. Esses sensores poderiam informar o motorista, em tempo real, sobre o estado da superfície e a distância viajada. Uma frota de caminhões equipados com tal tecnologia, por exemplo, poderia enviar essas informações automaticamente para uma central que gerenciaria os tempos de troca de pneu de cada veículo.

Mas ainda deve levar bastante tempo para que a novidade chegue às estradas. A expectativa, de acordo com Gettys, é de cerca de dez anos. A ideia é que os conceitos apresentados com o “Vision”, tais como a estrutura única, a superfície que pode ser impressa em 3D e os materiais biodegradáveis, sejam incorporadas ao longo do tempo aos produtos que a empresa já tem.