Google: pessoas não conseguem retomar controle de carros autônomos

Renato Santino04/11/2015 19h13

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Os carros semiautônomos começaram a aparecer no mercado, alternando momentos em que o veículo é controlado por algoritmos e pelas boas e velhas mãos humanas. Segundo o Google, isso é um perigo. Em relatório do mês de outubro, a empresa explica os motivos pelos quais a tecnologia precisa perseguir a autonomia completa em vez de dar a ilusão de que a pessoa no assento pode retomar o controle do automóvel a qualquer momento.

O relatório do Google dá uma ideia do porquê de a empresa ter projetado seu carro sem volantes nem pedais internos. O documento conta que toda a indústria reconhece o desafio de manter os motoristas engajados o bastante para que possam retomar o controle se necessário.

“A indústria sabe que é um grande desafio, e está gastando muito tempo para tentar solucioná-lo. Um estudo da Virginia Tech Transportation Institute descobriu que motoristas precisam de algo entre cinco e oito segundos para retomar o controle de um sistema semiautônomo de forma segura. Em outro estudo da NHTSA (Administração Nacional da Segurança do Trânsito nas Estradas) publicado em agosto de 2015, alguns participantes precisaram de até 17 segundos para responder a alertas e retomar o controle do veículo. Nesse período, eles já teriam percorrido mais de 400 metros em velocidade de estrada. Também há o problema de contexto: assim que você assume o controle, você tem a compreensão total do que está acontecendo em volta do automóvel para fazer a decisão correta?”, diz o texto.

Os testes do Google levaram a empresa, portanto, de desenvolver veículos que se locomovam sem intervenção humana, o que daria a possibilidade de transportar pessoas que não sejam capazes de dirigir.

“Todos acham que fazer um carro dirigir sozinho é difícil. Mas suspeitamos que provavelmente é tão difícil quanto fazer pessoas prestarem atenção quando estão entediadas ou cansadas e a tecnologia está dizendo ‘tudo bem, eu resolvo isso… por enquanto’”.

No fim das contas, o resumo é que as pessoas ficam distraídas pouco tempo depois de entrar em um carro autônomo, e não são capazes de retomar o controle rápido o bastante em caso de emergência. Por isso, pareceu melhor construir um veículo totalmente autônomo, e que tenha os mecanismos para lidar com as situações de emergência por conta própria. Isso é algo que os carros que já começaram a aparecer no mercado ainda não podem fazer.

Via The Verge

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital