O Google revelou ao Wall Street Journal uma mudança importante em seus veículos autônomos. Os carros, que têm um histórico limpíssimo de acidentes (já se envolveram em alguns, mas nunca foram culpados), devem ser um pouco menos cautelosos ao circularem pelas ruas. Seu comportamento ainda está um pouco distante do humano, e isso deve mudar.
Segundo os responsáveis, o comportamento ultracuidadoso do carro nas pistas costuma ser incômodo para os outros motoristas. A inteligência artificial breca a cada sinal mínimo de perigo e realiza curvas muito abertas para evitar os pedestres. Pode ser seguro, mas um motorista experiente é capaz de passar pelos mesmos obstáculos de forma mais natural, que não incomode outros carros.
“Estamos tentando fazê-lo dirigir de forma mais humanística”, conta Chris Urmson, diretor que coordena o projeto do carro autônomo no Google. Os responsáveis dizem que a parada repentina para coisas que ele pensa que vão acontecer é uma das coisas que mais precisa ser melhorada, explica Nathaniel Fairfield, outro líder do projeto.
Um exemplo foi presenciado em um test-drive com o Wall Street Journal. Em um cruzamento movimentado, o carro parou e esperou por cerca de 30 segundos antes de começar a fazer uma curva à esquerda. No entanto, ele acabou parando no meio do cruzamento quando uma mulher no outro lado da rua se aproximou da beirada da calçada.
Motoristas já relataram que o comportamento do carro do Google é incômodo. Além do exemplo acima, ele muitas vezes fica no “vai-e-vem” com um pedestre ou ciclista que ameaça atravessar a rua. O veículo para para deixar a pessoa passar, mas a pessoa também para para deixar o carro passar. Então a pessoa começa a andar e o carro também. De repente os dois param, e o ciclo continua.
Uma mudança aplicada recentemente foi a possibilidade de passar por cima da faixa dupla amarela no chão quando for necessário desviar de carros estacionados e avançar aos poucos em cruzamentos para sinalizar aos outros motoristas sua intenção de prosseguir. A empresa ainda está trabalhando no software que controla o carro, que ainda está em fase de testes, e a previsão do Google é que os veículos autônomos só virem um produto real a partir de 2020. Até lá, a inteligência artificial deve e precisa melhorar bastante.