Apesar de serem conhecidos por negócios totalmente diferentes, Google e Uber hoje disputam nos tribunais uma mesma tecnologia: a de carros autônomos. A Alphabet, dona do Google, acusa a Uber de ter roubado informações sobre o seu projeto de veículos que dirigem sozinhos.

Nesta semana, a Uber admitiu ter flagrado um de seus funcionários com documentos supostamente roubados do Google em seu computador pessoal. Os arquivos, em si, pertencem à Waymo, empresa-irmã do Google responsável pelo projeto de carros autônomos do conglomerado.

O funcionário em questão é Sameer Kshirsagar, ex-colaborador da Waymo e que, segundo a empresa, teria roubado esses documentos pouco antes de deixar o cargo e ir trabalhar na Uber. Sameer é acusado juntamente com Anthony Levandowski, líder do projeto de carros autônomos da Uber.

A empresa é acusada de ter se beneficiado com o roubo de mais de 14 mil documentos. No entanto, o advogado da Uber, Arturo Gonzalez, disse nesta semana, durante a primeira audiência do caso, que apenas um desses milhares de documentos foi encontrado dentro das instalações da companhia.

A Uber disse que investigou 84 funcionários e ex-funcionários, dos quais 42 trabalharam no projeto de carros autônomos. Após interrogar cada um, a empresa afirma que verificou o computador de dez deles, além de vasculhar todo o repositório e servidores comuns acessados pelos funcionários.

“Isso demonstra que esses 14 mil documentos nunca chegaram à Uber”, disse Gonzalez no tribunal. Por outro lado, o principal acusado no caso, Anthony Levandowski, não teve seu PC vasculhado. Isso porque o executivo, que permanece num cargo de alto escalão na companhia, apelou para a quinta emenda da Constituição dos EUA, que o exime de produzir provas contra si mesmo num processo judicial.

Para a Waymo, Levandowski é peça-chave nesse caso, porque ele seria o responsável por roubar a maioria dos 14 mil documentos. O juiz William Alsup, que comanda o processo, ordenou que a Uber faça novas buscas nos computadores dos funcionários investigados, em busca de mais arquivos roubados.

[TechCrunch]