Uma empresa norte-americana chamada SoftWear Automation deu a largada para o que pode significar uma enorme mudança operacional na indústria têxtil global. No começo de 2018, eles possibilitarão a inauguração de uma das primeiras fábricas de roupas tocada praticamente apenas por robôs.

Quem pretende abrir a tal planta é a Tianyuan Garments Company, empresa chinesa que produz peças para marcas como Adidas e Armani. Eles usarão tecnologia desenvolvida pela SoftWear para migrar parte de sua produção para Arkansas, nos Estados Unidos, o que só será possível graças ao caráter autônomo das máquinas.

Conforme reporta o Quartz, cada robô — apelidado de Sewbot — é capaz de substituir uma linha tradicional de dez trabalhadores humanos e produzir cerca de 1.142 camisetas em um período de oito horas, sendo que os humanos conseguem chegar a apenas 669. Em outras palavras, a máquina faz tantas peças por hora quanto 17 humanos.

Em entrevista à Fast Company, o CEO da SoftWear, Palaniswamy Rajan, explicou que sua criação consegue tais resultados justamente porque imita o comportamento dos trabalhadores humanos. Produzir roupa não é um trabalho simples, embora apresente características repetitivas. Isso porque tecido (principalmente de camiseta) é elástico, o que demanda uma análise individual do material no momento da produção. É isso que o trabalhador faz e o que o Sewbot copia.

“A primeira coisa que [os trabalhadores] fazem é usar seus olhos, e, baseados em seus olhos, eles fazem micro e macro manipulações no tecido com seus dedos e mãos e cotovelos e pés”, disse Rajan. “Então um robô replica todas essas funções.”

A linha de produção robótica tem basicamente o mesmo tamanho da humana. E, embora custe mais caro, ela mitiga uma série de custos de médio e longo prazo — desde salários a logística, já que não seria mais preciso usar mão de obra barata de países longínquos para manter a confecção.

Rajan admitiu que a máquina tem limitações, tanto que disse que ela nunca fará um vestido de noiva. Porém, o grosso do setor pode ser atendido por sistemas como o da SoftWear. “As pessoas compram 11 bilhões de camisetas por ano. É um mercado interessante no qual automação faz sentido, no qual nossos robôs fazem sentido, porque nossos robôs produzem um volume muito grande de produtos.”