O acidente fatal no qual um carro autônomo da Uber atropelou uma pedestre deixou muita gente ressabiada. A empresa anunciou a interrupção dos testes com o veículo, e outras companhias como a Toyota também paralisaram seus experimentos para refinar sua tecnologia e tentar evitar que outros casos similares venham a acontecer.
Diante desse cenário, seria compreensível querer ficar longe deste mercado, ao menos por um tempo, especialmente se você for uma empresa pequena. No entanto, uma startup chamada Drive.ai se tornou a primeira a colocar novos veículos autônomos para circular nas ruas dos Estados Unidos após o acidente fatal da Uber.
A empresa anunciou que iniciaria um serviço de taxi em julho deste ano nas ruas de uma cidade em Frisco, uma cidade em expansão ao norte de Dallas, no Texas, sem temer as repercussões do acidente que agitou a indústria. “Você não tem sucesso olhando para o retrovisor”, afirmou Andrew Ng, um dos membros do conselho da Drive. Ai, que também ajudou a criar a unidade de inteligência artificial do Google e do Baidu, que, ainda que tenha uma péssima reputação no Brasil, ainda é uma empresa de tecnologia gigantesca na China.
A companhia foi fundada em 2015 por Carol Reiley, uma roboticista que também é esposa de Andrew Ng, junto de vários alunos da universidade de Stanford, onde Ng supervisionava projetos de inteligência artificial. Eles se especializaram em deep learning, uma subdivisão da inteligência artificial, que se foca em treinar máquinas para realizar tarefas alimentando-as com um volume gigantesco de dados.
Os primeiros testes da Drive.ai aconteceram na cidade de Frisco por ser uma cidade sem muitos pedestres, as ruas são largas com condições de tempo favoráveis, com média de 230 dias ensolarados por ano. Quando o serviço começar a operar, ele funcionará apenas de dia e será gratuito, justamente por ser experimental, e estará limitado a 10 mil pessoas que vivem ou trabalham por ali. O embarque e desembarque dos passageiros também será feito apenas em pontos específicos.
A empresa ainda seguirá a estratégia da Uber de ter sempre um motorista de segurança que, teoricamente, tomará o controle do veículo caso haja algum imprevisto. Sabe-se que essa estratégia não é exatamente confiável, no entanto, já que a falsa sensação de segurança gerada em viagens com veículos autônomos faz com que os humanos a bordo fiquem rapidamente distraídos, como visto no caso do atropelamento da Uber, no qual a motorista reserva estava completamente desligada no momento do impacto.