Um dos dilemas mais antigos em torno da tecnologia de carros que dirigem sozinhos ganhou uma resposta da Mercedes. No caso de um possível acidente em que o veículo precisa decidir se atropela alguém na rua ou sacrifica o seu ocupante, qual dos dois ele deve “matar”?

O dilema é complexo porque, até hoje, nenhuma empresa quis se manifestar a respeito. Se o carro for programado para sacrificar o ocupante, a fabricante ganha má reputação. Mas se for programado para proteger o ocupante e matar qualquer um na rua, ganha má reputação do mesmo jeito. Qualquer que seja a decisão do carro, alguém vai morrer. E como você responsabiliza uma máquina por um homicídio?

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Christoph von Hugo, gerente de tecnologias de assistência artificial a motoristas da Mercedes – ou seja, o responsável por projetos de caros autônomos na empresa – deu sua opinião sobre o tema, em entrevista ao site Car and Driver durante a Paris Motor Show, popular evento para o mercado automobilístico na França.

“Um carro autônomo identifica um grupo de crianças correndo para o meio da rua. Não há tempo para frear. Desviar delas fará com que o carro bata de frente com um caminhão de um lado ou caia de um precipício do outro lado, matando a todos os ocupantes”. Essa foi a situação apresentada a von Hugo, que hesitou, mas acabou respondendo o que os veículos da sua empresa fariam.

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“Se você sabe que pode salvar ao menos uma pessoa, ao menos salve uma. Salve a pessoa dentro do carro. Se tudo o que você sabe com certeza é que pelo menos uma morte pode ser evitada, então essa é a sua prioridade”, disse o executivo.

Em outras palavras, os carros da Mercedes preferem sacrificar quem estiver na rua do que os seus ocupantes. Resta saber como os veículos de outras empresas, como Uber e Google, lidariam com a mesma situação, e qual, com o passar do tempo, se tornará a norma para esse tipo de caso.

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Via Jalopnik