Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Ghent, na Bélgica, descobriu um processo que pode mudar a maneira como se obtém combustível para aeronaves. Os cientistas desenvolveram uma maneira de se obter decano, um dos componentes do combustível usado em aviões, a partir de um ingrediente bem corriqueiro: grama.

O processo é bem mais complicado do que simplesmente jogar grama no tanque de combustível do avião. É necessário tratar a grama com um composto que faz com que ela se decomponha e vire celulose. Essa celulose é, então, dada como alimento para bactérias do gênero Clostridium. Os resultados do processo de digestão das bactérias pode então ser tratado para, ao longo de algumas etapas, produzir o decano.

Embora seja um processo relativamente complexo, ele ainda pode ser bem mais eficiente do que a alternativa: obter o decano a partir do petróleo. Os pesquisadores, no entanto, acreditam que a eficiência do processo possa ser melhorada com estudos mais aprofundados sobre o processo.

Energia suja

Como o Engadget aponta, o decano e um combustível “sujo”: ele produz gás carbônico (CO2) ao ser queimado, e o gás carbônico é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, que gera o aquecimento global. No entanto, ele ainda deve ser usado pela aviação comercial pelo menos pelos próximos dez anos. Por esse motivo, a possibilidade de obtê-lo a partir de algo tão simples quanto grama seria de grande valia para a indústria.

Por outro lado, já está acontecendo um movimento no sentido de possibilitar aviões movidos a formas mais limpas de energia. No ano passado, um dos grandes passos nesse sentido foi dado pela equipe por trás do Solar Impulse 2, um avião movido a energia solar que conseguiu completar uma volta ao redor do planeta usando apenas a energia do sol.