Cidade proíbe empresa de usar robô para espantar moradores de rua

Redação13/12/2017 12h28, atualizada em 13/12/2017 12h53

20171213105315

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

No Vale do Silício, o uso de robôs para controlar a circulação de humanos quase virou realidade. De acordo com o San Francisco Business Times, a empresa San Francisco SPCA (uma instituição voltada para a promoção de direitos dos animais) usou um robô para patrulhar seu estacionamento e suas calçadas, impedindo que moradores de rua se fixassem nos locais.

A SPCA, segundo o Business Insider, começou a usar o robô (conhecido como K9) há cerca de um mês. O robô patrulha as áreas designadas usando equipamentos como lasers, câmeras, sensores térmicos e GPS. Caso ele detecte alguma atividade ilegal, ele alerta as autoridades para que elas tomem uma atitude. A ideia dele, segundo a Knightscope (a empresa que o produz) é dar aos seguranças uma visão “superhumana”. Abaixo, é possível ver o robô em ação:

Essa visão “superhumana” foi então usada para espantar moradores de rua de perto da empresa. Naturalmente, os moradores de rua não gostaram: segundo o site, durante a primeira semana de uso do robô, alguns deles “colocaram um trapo sobre ele [o robô], derrubaram-no e colocaram molho barbecue em seus sensores”. Um usuário do Twitter também afirmou ter visto alguém cobrir o robô de fezes.

Fim da história

Entre os clientes da Knightscope estão empresas de grande porte, como a Microsoft e a Uber. A maioria deles, no entanto, usa o robê para patrulhar locais fechados e privados, como os corredores de seus escritórios – para isso, eles pagam um valor de US$ 7 (R$ 23,17) por hora. Isso é menos do que o salário mínimo na cidade, que é de US$ 14 (R$ 46,34) por hora, e por isso o robô é 50% mais barato do que um segurança humano.

Mas isso pode estar prestes a mudar, já que a cidade ordenou que a SPCA parasse de usar o K9 em suas calçadas. Se a empresa não cumprir a determinação, fica sujeita a uma multa de US$ 1.000 por dia, por operar em via pública sem licença. O Business Insider entrou em contato com a Knightscope solicitando um posicionamento sobre o caso, mas a empresa se negou a comentar.

Não foram apenas os moradores de rua que ficaram desgostosos com a presença do robô. Uma moradora do local, Fran Taylor, teve um encontro com o K9 que ela descreveu como “inacreditável”. Ela disse estar passeando com seu cão quando o robô veio em sua direção. O cão começou a latir para ele, e ela teve que gritar para que o parasse de se aproximar. “Eu realmente não confio naquilo”, disse.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital