O sonho de um dia pedir um Uber pelo aplicativo no celular e ser levado por um carro sem motorista ao seu destino parece estar um pouco mais distante da realidade do que se pensava. Documentos vazados nesta semana indicam que os carros autônomos testados pela empresa ainda precisam de constante intervenção humana.
A Uber tem carros autônomos espalhados por diversas cidades dos Estados Unidos. Esses veículos, como ainda estão em fase de testes, vêm com engenheiros da empresa sentados no banco do motorista prontos para assumir controle da direção caso o sistema inteligente dê algum problema. A mesma estratégia é usada por outras empresas que investem nessa tecnologia.
De acordo com os dados obtidos pelo site Recode, somente na semana passada, os 43 carros autônomos da Uber percorreram o equivalente a mais de 32.756 quilômetros. Em média, os engenheiros da empresa tiveram que assumir o comando dos carros a cada 1,6 quilômetros.
Em outros dados, os documentos mostram que, em uma semana, os engenheiros tiveram que tomar o volante cerca de 16 mil vezes. Como comparação, os carros autônomos do Google, num período similar, tiveram que render seu controle a humanos, em média, apenas quatro vezes.
Isso significa que o projeto da Uber ainda está bem atrás da concorrência, especialmente a do projeto de veículos autônomos do Google. A grande diferença, é claro, é que a Uber começou no ano passado, enquanto o Google começou em 2009. O projeto da gigante inclusive passou a ser administrado por uma empresa separada, a Waymo, que também pertence à Alphabet, dona do Google.
A notícia chega justamente num momento em que a Uber está sendo processada justamente pela dona do Google por conta de seu investimento em carros autônomos. A Alphabet acusa a Uber de ter roubado sua tecnologia, e pede na Justiça para que o projeto da empresa de transportes seja interrompido.