Em todos os mercados de trabalho, é necessário que os profissionais estejam sempre atualizados com as últimas tendências para se manter competitivos. Na área de tecnologia da informação, a situação é a mesma: ter conhecimento das ferramentas mais atuais é essencial.

De acordo com Kong Yang, o Head Geek da SolarWinds, empresa de gerenciamento de software de TI, uma das principais tendênias do mercado é a chamada “TI Híbrida”. Por esse termo, entende-se uma infraestrutura que mistura as tradicionais ferramentas e servidores locais com serviços da núvem.

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Essa arquitetura de TI oferece às empresas diversas vantagens. Segundo Yang, uma das principais delas é a adaptabilidade: as máquinas e servidores virtuais que os serviços de núvem oferecem aos negócios permitem que eles expandam sua infraestrutura para se adaptar a demandas pontuais. Em seguida, quando essa demanda se retrair, as empresas podem abrir mão das máquinas virtuais, e seguir trabalhando com os equipamentos físicos de seu ambiente.

Inovação disruptiva

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É por meio dessa flexibilidade que as empresas tentam atingir o que Yang chama de “inovação disruptiva”: um modelo de negócio tão poderoso que ele mesmo se retroalimenta.

Os exemplos são inúmeros: AirBnb, uma das maiores plataformas de hospedagem do mundo que, no entanto, não possui nenhum imóvel. Uber: uma empresa mundial de táxis que, no entanto, não possui nenhum carro. Facebook: uma imensa plataforma de textos, vídeos e imagens que, no entanto, não produz praticamente nada de textos, vídeos ou imagens.

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Trata-se de um modelo no qual a empresa é mais uma plataforma que a provedoras de um ou outro produto tangível. E, naturalmente, esse novo modelo de negócios exige dos profissionais de TI uma série de conhecimentos e habilidades bastante diferentes também.

Nesse cenário, é essencial que os trabalhadores da área tenham a capacidade de construir fluxos de trabalho e de automatizar serviços, considera Yang. Mais do que criar páginas, serviços ou funções isoladas, os profissionais precisam ser capazes de construir sistemas robustos que se sustentem com o mínimo de problemas e quedas.

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Outra diferença notável é que os serviços citados por Yang estão constantemente conectados e disponíveis, mas ainda assim são constantemente atualizados. O tradicional ciclo de trabalho de desenvolver um aplicativo, testá-lo e entregá-lo cai por terra. Agora, todas essas etapas acontecem praticamente ao mesmo tempo, no esquema que trabalho que se consolidou sob o nome de “DevOps”.

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Contudo, segundo Yang, isso não significa que as tradicionais habilidades dos profissionais de TI não são mais valiosas. O Head Geek da SolarWinds acredita que existe um conjunto de técnicas e competências que será essencial na transição do mercado para essa nova realidade.

Yang chama esse conjunto de “Monitoring as a discipline”: monitoramento como disciplina. Em outras palavras, trata-se de tornar o acompanhamento da experiência dos usuários e da integridade dos sistemas uma parte essencial de seu fluxo de trabalho.

Nesse novo cenário, técnicas tradicionais do trabalho de TI, como troubleshooting e otimização de fluxos, continuam sendo tão importantes quanto eram antes – e precisam ser feitas de maneira ainda mais dinâmica.

Segundo Yang, muitas das atribuições cotidianas dos profissionais de TI serão, em breve, automatizadas, seja por scripts, seja por engines de orquestração e automação de tarefas. Ele acredita que funções complexas de TI serão vendidas diretamente ao usuário final, sob uma interface intuitiva e simples de se utilizar.

Futuro automatizado

Trata-se de uma mudança semelhante à que a plataformas de blogs promoveram no webdesign. Se antes era necessário que cada página da internet fosse criada individualmente, graças a serviços como WordPress e Blogspot, usuários conseguiram rapidamente criar seus próprios blogs e sites, sem a necessidade de um designer de web no meio.

Nesse ponto, Yang não está sozinho. De acordo com Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, o mercado está passando atualmente por uma “quarta revolução industrial”. Caracterizada pela “fusão de tecnologias que borra as linhas entre o físico, o digital e o biológico”, essa revolução dará origem a trabalhos de um nível mais “elevado” e abstrato – mas também automatizará ainda mais trabalhos que atualmente são feitos por humanos.

Assim, Yang crê que os profissionais de TI precisarão focar seu trabalho “no nível de desenhar fluxos de trabalho” e de “realizar atualizações constantes a esses fluxos”. Outro ponto importante, de acordo com o executivo, será o foco na otimização de suas plataformas e serviços, e a capacidade de reportar com clareza sobre o valor dessa otimização.