Aska: um carro voador que pode leva-lo para trabalhar a partir de 2025

Sim, ele anda na estrada, mas passa por cima dos engarramentos
Redação07/06/2019 13h48, atualizada em 07/06/2019 15h30

20190607114721

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Aaka é um carro duplo, capaz de andar pelas estradas e, literalmente, voar para escapar de engarrafamentos. Depois de trabalhar no projeto por dois anos, a startup NFT revelará o modelo em uma conferência israelense na segunda-feira (10/6). Mas o site CNET já conseguiu imagens exclusivas do veículo e os planos da empresa para testa-lo em 2020 e comercializa-lo em 2025.

O Aska – que em japonês significa “pássaro voador” – será do tamanho de um SUV e quando estiver na estrada vai comportar três passageiros, disse o presidente-executivo da NFT, Maki Kaplinsky. Para abrir suas assas e voar, os passageiros dirigirão veículo para uma área aberta de tamanho próximo de um estacionamento, para que o mesmo possa acionar suas asas. Lá, ele irá decolar verticalmente e voará de forma autônoma por por até 150 milhas (240 km) – e nenhum piloto será necessário. Então ele descerá para outro espaço aberto e o usuário poderá dirigir até o destino.

Construir um carro voador não vem sendo uma tarefa fácil. Já se passaram quase 80 anos desde que o lendário Henry Ford escreveu em 1940: “Marque minha palavra: uma combinação de avião e automóvel está chegando “. Mas uma série de regulamentações, que varia de país para país, além de, é claro, a dificuldade em desenvolver um veiculo confiável do gênero, faz com que a missão ainda possa demorar muitos anos para se tornar possível.

“Com a crescente popularidade de pequenos veículos aéreos não tripulados, ou drones, e regulamentações cada vez mais apoiando seu uso comercial, os drones de passageiros e carros voadores parecem estar se aproximando da realidade”, disse a consultoria Deloitte em um relatório de 2018.

Melhor dos dois mundos

Modelos futurísticos como esse, à primeira vista, parecem ser um sonho de consumo. Porém, na prática, a situação pode ser mais complicada. Considerando que você peça um Uber até a pista de decolagem, voe com o Aska e por fim, peça mais um Uber até o destino final, o gasto de tempo será equivalente ao de apenas pegar o veículo tradicional e ir.

Contudo, Maki Kaplinksy acredita na capacidade do Aska. “Temos a maneira mais eficiente e confortável de se locomover para o futuro”.

A NFT, abreviação de Next Future Transportation, espera que o Aska custe, inicialmente, cerca de US$ 200 mil, mas que seus preços caiam para uma faixa de cerca de US$ 50 mil, conforme a tecnologia do carro ganhe escala. A empresa também estuda focar no uso do seu veículo por meio de um serviço de assinatura.  “Não estamos construindo algo para pessoas ricas”, disse Guy Kaplinsky, co-fundador da NFT. “Estamos construindo algo que todos poderão pagar”.

Modelo

O carro tem cerca de 6 metros de comprimento na configuração de estrada, com as asas encolidas. Porém, quando configurado para voar, atingirá o dobro do tamanho.

Ventiladores acoplados dentro das asas e perfurando o corpo do próprio veículo irão impulsionar a aeronave verticalmente. Após a decolagem, os ventiladores virados para trás irão empurrá-lo para a frente, para que as asas possam gerar sustentação, e o Aska possa percorrer distâncias mais longas, de forma mais eficiente, do que um design mais parecido com um drone.

Reprodução

Usar asas – não apenas rotores- traz outras vantagens, disse Guy. Isso porquel elas permitem que o veículo possa planar, sendo muito útil para um pouso de emergência, se houver algum grave problema mecânico.

Seus motores elétricos são alimentados por baterias e podem ser recarregados como um veículo elétrico normal. Além disso, o modelo traz um motor à combustão convencional, para estender o alcance do Aska. Sua autonomia máxima do voo é de 560 km- mas isso é com um único passageiro.

A NFT está sediada em Mountain View, Califórnia, mas tem suas operações de engenharia em Israel. Para fazer com que o motorista chegue ao seu destino, tudo o que ele precisará fazer é selecionar o local no Google Maps e o Aska faria o restante de forma autônoma. Além dissso, a NFT também quer criar uma parceria com uma empresa de tecnologia automotiva para fornecer tecnologia autônoma para dirigir na estrada.

Obstáculos de vôo

Existem inúmeras barreiras, além da engenharia, para tornar a visão de um carro-voador uma realidade: garantir a segurança dos passageiros e de terceiros, obter certificações governamentais, gerenciar um espaço aéreo cada vez mais lotado, e convencer as populações urbanas de que eles realmente querem carros voadores.

Resumindo: voar é muito burocrático.

Porém, com os lançamentos dos drones e uso deles para entregas, os governos estão ficando mais acostumados com o novo momento. Também espera-se que os reguladores aprendam a melhor maneira de lidar com os novos equipamentos e futuros veículos.

E se a NFT ou outros rivais tiverem sucesso, os carros voadores poderiam transformar a vida urbana e rural. A empresa acredita que o seu Aska reduzirá o tempo de deslocamento pela metade. E se ele for tão acessível quanto a startup espera, isso pode trazer uma nova forma de congestionamento aéreo. Um olhar para cima poderia revelar centenas de drones de entrega e táxis voadores, em vez de apenas um punhado de jatos convencionais.

Concorrência

A Ktty Hawk, financiado pelo co-fundador do Google, Larry Page e liderado por Sebastian Thrun, tem seu projeto de carro voador em desenvolvimento. Já a Terrafugia espera vender seu modelo do gênero em 2019.

Já as gigantes aeroespaciais Boeing e Airbus também estão interessados no projeto Vahana. A primeira tem uma parceria com a montadora alemã Audi. Já a segunda terá um táxi voador fazendo seu primeiro voo este ano. A fabricante de helicópteros Bell também está desenvolvendo seu conceito nesse setor, o Nexus . E o Uber já começou a operar o Uber Copter na cidade de Nova York. E espera lançar o UberAir, envolvendo aviões, em 2023 .

Fonte: CNET

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital