Agência dos EUA investiga incêndios nas baterias de carros elétricos

Nem mesmo 1.000 litros de água foram suficientes para controlar as chamas na bateria de um Tesla Model S na Flórida. Relatos de incêndios, espontâneos ou após acidentes, não são raros
Rafael Rigues20/12/2019 18h07, atualizada em 20/12/2019 18h12

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Uma investigação da NTSB (National Transportation Safety Board, agência responsável pela segurança nos transportes nos EUA) conclui que excesso de velocidade foi a causa de um acidente com um Tesla Model S, que saiu de controle em uma curva enquanto viajava a mais de 180 km/h em Fort Lauderdale, Flórida.

Entretanto, o que causou a morte do motorista e um passageiro foi o incêndio que aconteceu em seguida, resultado de danos às baterias de lítio usadas o veículo, que são altamente inflamáveis. A NTSB investiga este e outros acidentes, como parte de um estudo sobre incêndios em baterias que será lançado em 2020.

Carros elétricos usam baterias de lítio-íon, a mesma tecnologia das baterias usadas nos smartphones. E assim como nos smartphones, elas são inerentemente instáveis e propensas a incêndios intensos caso sejam amassadas, perfuradas ou superaquecidas.

No caso de Fort Lauderdale, os bombeiros relataram que o calor do fogo era “intenso”, e que mesmo após despejar entre 700 e 1.000 litros de água no veículo, a bateria ainda assim entrou em combustão mais duas vezes. Um terceiro incêndio ocorreu quando os restos do carro estavam sendo colocados em um guincho.

Reprodução

Isto foi o que sobrou do Tesla Model S após o incêndio. Foto: Bloomberg

Relatos de incêndios em veículos elétricos, infelizmente, não são raros. Além das chamas, equipes de resgate também estão expostas a outro risco: eletrocussão, caso os cabos que levam energia da bateria para os motores sejam danificados e entrem em contato com o chassi metálico, eletrificando-o.

Para eliminar este risco, empresas como a Bosch estão estudando meios de isolar a bateria do restante do carro em caso de colisão, usando pequenas cargas explosivas que “cortariam” os cabos de força em caso de ativação dos airbags.

Fonte: Bloomberg

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital