Um acordo entre a cadeia de cinemas norte-americana AMC Entertainment Holdings e o estúdio Universal Pictures diminuirá o tempo em que filmes ficarão em cartaz nos Estados Unidos. Dos atuais 75 dias mínimos entre as exibições nas telonas e a disponibilidade no home vídeo (no caso, em streaming digital) a “janela do cinema” de algumas produções da Universal será reduzida para 17 dias, incluindo três fins de semana.
O acordo só vale para os Estados Unidos, mas é um avanço significativo das plataformas de streaming sobre a exibição tradicional. Uma política de longa data que exige que os estúdios exibam seus filmes nas telonas por quase três meses antes de disponibilizá-los em outros meios.
A decisão pode ter implicações de longo prazo para a indústria cinematográfica, especialmente se considerarmos o cenário pós-pandemia e como os cinemas terão que se adaptar. O Universal foi o estúdio que mais pressionou pela redução dessa janela, e chegou a ser ameaçada de boicote pela AMC – maior rede de cinemas dos EUA.
Pelo acordo, a AMC deve compartilhar a receita dos filmes quando disponíveis sob demanda. Em março, o estúdio disponibilizou o filme “Trolls 2” direto nas plataformas digitais e faturou mais de US$ 100 milhões só com aluguéis nos EUA.
Em um comunicado oficial, o CEO da AMC, Adam Aron, disse que a empresa “adota entusiasticamente esse novo modelo do setor”, ao mesmo tempo em que ressalta que a cadeia de cinemas teria uma oportunidade de gerar receita adicional, oferecendo novos lançamentos da Universal em sua própria plataforma de streaming, a AMC Theatres.
Desde o início da pandemia, vários estúdios mudaram as datas dos seus lançamentos ou os disponibilizaram digitalmente, “pulando” os cinemas. A Warner Bros. lançou o “SCOOBY! O Filme” direto no online e a própria Universal também estreou recentemente a comédia “O rei de Staten Island”. A Disney foi além, e “Artemis Fowl” nem chegou a ser disponibilizado para locação, e entrando no catálogo da Disney +.