Concurso prevê US$ 5 milhões para criação de testes rápidos de Covid-19

Organização sem fins lucrativos anuncia competição para incentivar pesquisadores a desenvolverem novos métodos de detectar a doença
Daniel Junqueira28/07/2020 20h27

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Os testes rápidos da Covid-19 são menos confiáveis do que deveriam. Para incentivar pesquisadores a desenvolverem métodos mais eficientes de detectar a doença, a instituição XPrize se uniu à OpenCovidScreen e vai distribuir US$ 5 milhões em uma competição chamada Testagem Rápida de Covid.

A XPrize é uma organização que projeta e organiza competições públicas destinadas a incentivar o desenvolvimento tecnológico. Já a OpenCovidScreen é uma organização sem fins lucrativos focada na testagem da Covid-19.

A competição organizada pelas instituições vai dividir pesquisadores em quatro categorias, para o desenvolvimento de testes caseiros, para postos de saúde, laboratórios e triagem de alto rendimento. A ideia é desenvolver diversos tipos diferentes de testes usando as mais variadas tecnologias em busca de maneiras que sejam simples e baratas para identificar o vírus em pacientes com suspeita da doença.

Ao todo, cinco grupos de pesquisadores vão ganhar US$ 1 milhão cada. Os vencedores receberão metade do dinheiro assim que a ideia for enviada e aprovada, e a partir daí passarão a fazer estudos para usar o método desenvolvido no mundo real. Quando esses estudos estiverem completos, eles receberão a outra metade do prêmio.

Fácil, rápido e barato

De acordo com o presidente e cofundador da OpenCovidScreen, Jeff Huber, o prêmio visa aumentar em 100 vezes a capacidade atual de testagem da doença. “Se há Covid-19 na população, em uma escola ou empresa, é inevitável que teremos ocorrências [de pessoas se infectando]”, explicou o executivo. “O que queremos é descobrir uma maneira de pegar a doença antes dela nos pegar.”

Para isso, Huber prevê que o novo teste vai precisar ser frequente, com resultados rápidos, simples de usar e barato. Isso permitiria, por exemplo, que uma escola testasse alunos todos os dias para detectar estudantes contaminados antes deles transmitirem o vírus para outros, sem que isso exija gastos exorbitantes que podem não se encaixar no orçamento da instituição.

“O que nós queremos é que seja um dispositivo instantâneo e mágico que ofereça resultados em 15 ou 20 minutos”, explicou.

Em relação ao preço, Huber acredita que o melhor valor seria por volta de US$ 5 – atualmente, dependendo da cidade ou laboratório, os testes podem custar mais US$ 150 nos Estados Unidos, o que torna inviável a compra de grandes quantidades para testar muitas pessoas de uma vez.

Huber também quer que o teste seja fácil de ser aplicado, e não tão desagradável quanto o método mais comum atual, que envolve inserir um cotonete especializado nas narinas do paciente. Por mais que ele seja indolor, pode causar desconforto em alguns usuários ao atingir a nasofaringe, a parte posterior da cavidade nasal. “Desta forma, as pessoas não vão se opor a fazer testes com mais frequência”, explicou.

Via: Engadget

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital