Ainda dá tempo de testemunhar o show que o cometa C/2020 F3 (Neowise) vem dando nos céus. O ponto máximo de aproximação entre o cometa e a Terra aconteceu na madrugada da última quinta-feira (23), quando o Neowise estava a “apenas” 103,5 milhões de quilômetros de nós, mas a partir desta sexta-feira (24) ele será visível em quase todo o Brasil.

Observadores poderão vê-lo a olho nu até a próxima quinta-feira (30). Depois disso, ele ficará mais e mais escuro à medida que se afasta da Terra. “Com binóculos ou telescópio, ainda poderemos em vê-lo por algum tempo em sua viagem para o interior do Sistema Solar“, afirma Jackie Faherty, astrônoma do Museu Americano de História Natural de Nova York.

Essa é uma chance única, já que a órbita elíptica longa do Neowise só o trará de volta à vizinhança da Terra daqui a aproximadamente 6.765 anos. Para nós, aqui no Hemisfério Sul, a cada dia, o cometa estará mais alto no céu durante o entardecer, e se aproximando da linha do horizonte com o passar do tempo. O problema é que, na presença dos raios de sol, não é possível enxergá-lo com clareza.  

Várias são as ferramentas que podem facilitar a experiência de procurar o Neowise no céu. Entre elas, estão os clássicos binóculos, que são recomendados para que se tenha uma visão mais detalhada da cauda do cometa – especialmente em regiões urbanas, por causa da poluição causada pela luz.

Mas, para te ajudar a não se confundir com horários e posições do cometa, alguns aplicativos estão à disposição. O Comet NEOWISE App foi desenvolvido pelo astrofísico Hanno Rein, da Universidade de Toronto Scarborough, e é exclusivo para iOS. No Android, apps como o SkySafari, Starchart, Stellarium ou Star Walk 2 podem facilitar a indicação da posição do cometa. Apesar de alguns serem pagos, suas versões gratuitas também permitem guiar o usuário.

Como explica o diretor técnico da Bramon (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), Marcelo Zurita, o cometa foi descoberto no dia 27 de março por imagens em infravermelho do telescópio espacial Neowise (Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer), da Nasa – daí o seu nome.

“Entre 22 e 27 de junho, foi percebido um aumento no brilho quando passou pelo campo de visão do telescópio espacial de observação solar Soho. Como ele estava em direção ao Sol, não poderia ser observado aqui da Terra, mas deixou os astrônomos atentos, com expectativa de sua aparição no início deste mês”, afirma Zurita.

Via: Scientific American