A empresa de realidade virtual do Facebook, o Oculus, está lutando para combater as suspeitas levantadas em relação a sua política de privacidade e termos de serviço de que o dispositivo espionaria atividades de usuários e passaria para terceiros.
O documento de política de privacidade da companhia adverte sobre informações recolhida automaticamente sobre o usuário, incluindo informações sobre movimentos físicos quando está com um fone de ouvido de realidade virtual, que podem ser usadas “para lhe enviar mensagens promocionais e conteúdo”.
Isso significa que, por exemplo, a Coca-Cola poderia saber quanto tempo você olhou para uma garrafa de refrigerante habilmente colocada dentro de seu jogo favorito como forma de anúncio e usar esses dados para colocar em uma melhor posição da próxima vez.
No termo de serviço, destaque-se uma parte do texto que diz: “Ao enviar o conteúdo gerado pelo usuário através do serviço, você concede ao Oculus uma licença mundial, irrevogável, perpétua, não exclusiva, transferível, isenta de royalties e totalmente sub licenciável de usar, copiar, exibir, adaptar, executar publicamente e distribuir tal conteúdo”.
Outras empresas usam termos muito parecidos com esse, mas com uma linguagem um pouco mais sutil. O Twitter, por exemplo, também exige uma licença mundial, não-exclusiva e isenta de royalties; no entanto, não sustenta que o direito deve ser “irrevogável” ou “perpétuo”.
Depois desde questionamento, a Oculos divulgou um comunicado esclarecendo as questões de privacidade e de direitos, afirmando que quando se trata de conteúdo gerado pelo usuário, a empresa busca oferecer um conjunto completo de produtos e serviços atuais e futuros na plataforma. “As pessoas continuam a possuir os direitos sobre esse conteúdo e podem fazer o que quiser com ele fora da nossa plataforma”, diz o comunicado.
“Queremos criar a melhor experiência de VR para as pessoas, e para fazer isso, precisamos entender como os nossos produtos estão sendo usados e estamos pensando sobre a privacidade a cada passo do caminho. A política de privacidade da Oculus foi elaborada para que pudéssemos ser muito claro com as pessoas que usam os nossos serviços sobre as maneiras que recebemos ou coletamos informações, e como podemos usá-lo. Por exemplo, uma coisa que pode fazer é usar a informação para melhorar os nossos serviços e garantir que tudo está funcionando corretamente – como o controle da estabilidade do dispositivo e abordar questões técnicas para melhorar a experiência geral”, completa a companhia.
Porém, não tudo está bem esclarecido. A empresa ainda afirma que a o Facebook ajuda a administrar alguns serviços Oculus, mas que, neste momento, não estão sendo compartilhadas informações dos usuários com o parceiro. “Não temos publicidade ainda e o Facebook não está usando dados da Oculus para a publicidade – embora estas são coisas possam ser consideras no futuro”.
Via The Guardian