Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon (CMU), nos EUA, desenvolveram um novo tipo de material inteligente que é capaz de se “curar” sozinho quando cortado. Ele pode ser usado em dispositivos que continuam funcionando mesmo depois de divididos, ou que podem ganhar funções extras quando unidos.

O material é uma mistura de poliborosiloxano (PBS), um polímero com propriedades autorreparadoras, e nanotubos de carbono de parede múltipla (MWCNTs), que conduzem energia elétrica. Quando duas peças do material se unem, elas se fundem sozinhas em pouco tempo, sem necessidade de adesivos, solda ou parafusos, e passam a funcionar como uma só.

Em uma demonstração, a equipe liderada pelos pesquisadores Mohammad Islam, professor do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais (MSE), e Lining Yao do Instituto para Interação entre o Homem e o Computador (HCII), ambos da CMU, criou um conjunto de sensores capazes de registrar o toque dos dedos, como um piano.

Quando dividido em duas ou quatro partes, cada uma delas continuou registrando toques de forma independente. Quando reunidas, as quatro partes voltaram a funcionar como uma só e foram transformadas em uma pulseira sensível ao toque.

Em outra demonstração, criaram um atuador pneumático que se curva em uma direção. Depois dividiram o aparelho em duas partes e inverteram uma delas antes de reconectá-las, criando um atuador que se curva em “S”. Em outra, duas metades de um coração eletrônico se fundem quando tocam uma na outra e começam a funcionar como uma peça só.

Segundo Yao, a natureza modular do polímero permite “construir coisas como se fossem peças de LEGO”. Uma possibilidade seria produzir o material em “folhas” de tamanho padrão que poderiam ser recortadas e rearranjadas como necessário para casa uso.

“Vejo a possibilidade de que as interfaces que encontramos em nossa vida diária se tornarão mais e mais autônomas, quase como uma ‘forma de vida’ que irá nos ajudar, em vez de um objeto que é simplesmente usado por nós”, disse Kouya Narumi, estudante de PhD. da Universidade de Tóquio que trabalhou como visitante no laboratório de Yao na CMU. Ele e Fang Quin, estudante de mestrado no departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade, foram os autores principais da pesquisa.

“A autorreparação é um conceito interesante que abre a imaginação da equipe para explorar interfaces mais inteligentes”, disse Qin.

Fonte: TechXplore