A Uber vai demitir 3 mil funcionários, e fechar 45 escritórios diante da pandemia do novo coronavírus. A informação foi revelada pelo jornal The Wall Street Journal, que obteve acesso a um e-mail enviado a funcionários pelo chefe-executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, nesta segunda-feira (18).
“Estamos vendo alguns sinais de recuperação, mas saindo de um buraco profundo, com visibilidade limitada de sua velocidade e forma”, diz o comunicado. A mensagem ainda afirma que o Uber Eats tem apresentado crescimento em meio à crise, porém ainda “não chega perto de cobrir as despesas”.
Segundo a reportagem, ainda não foram revelados os escritórios que fecharão as portas. No entanto, uma fonte consultada pelo veículo disse que o corte deve afetar principalmente empregados nos Estados Unidos.
A nova rodada de demissões acontece após a Uber ter dispensado outros 3,7 mil funcionários no
início de maio. Na ocasião, Khosrowshahi disse que a empresa pretende economizar US$ 1 bilhão (R$ 5,72 bilhões em conversão direta) em custos fixos. Somados, os dois cortes resultam na demissão de quase um quarto dos 28.600 funcionários que trabalhavam na empresa até o fim de março, conforme o balanço financeiro do primeiro trimestre da companhia.
Chefe Executivo da Uber, Dara Khosrowshahi. Foto: REUTERS/Anushree Fadnavis
Impacto
A pandemia do novo coronavírus atingiu os negócios da Uber em um momento em que a empresa está revisando sua estratégia de “crescimento a qualquer custo”. Khosrowshahi já vinha adotando uma política de corte de custos antes mesmo do surto global de Covid-19, na tentativa de colocar os negócios da companhia no rumo da lucratividade.
A crise, no entanto, afeta acentuadamente o serviço de corridas que, até antes da pandemia, era responsável por três quartos da receita global da Uber. De acordo com o The Wall Street Journal, em abril, as operações do aplicativo de transporte recuaram 80% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Ao passo que medidas de isolamento social começam a ser relaxadas nos Estados Unidos e alguns países da europa, a Uber ainda enfrenta a incerteza se a demanda pelo serviço de corridas da empresa retornará ao patamar anterior à pandemia. E, se isso acontecer, como garantir a segurança de motoristas e passageiros.
Em resposta, a companhia investiu cerca de US$ 50 milhões (R$ 286 milhões em conversão direta) para comprar suprimentos para seus colaboradores, incluindo máscaras e desinfetantes. Além disso, o aplicativo agora requer que os motoristas parceiros capturem selfies para confirmar que estão usando máscaras durante as viagens realizadas na plataforma.
Fonte: The Wall Street Journal