Mesmo com quase 2 milhões de pessoas infectadas no mundo, e mais de 120 mil mortes, a Organização Mundial da Saúde acredita que ainda não vimos o pico da pandemia do novo coronavírus. Apesar da aparente melhora do quadro em alguns países, como Itália e Espanha, o surto continua crescendo na Grã-Bretanha e na Turquia.

“No cenário mundial, 90% dos novos casos são provenientes da Europa e dos Estados Unidos. Portanto, certamente ainda não estamos vendo o pico”, disse a porta-voz da OMS Margaret Harris, em entrevista em Genebra. A entidade ainda destacou a mudança do epicentro da doença da China para a Europa e agora os Estados Unidos, que têm o maior número de mortos, superando os 23 mil.

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Enquanto alguns países europeus formulam planos para sair do confinamento já neste mês – depois de sofrer várias semanas de restrições sociais e econômicas – a OMS alertou que a descida do pico do surto é “muito mais lenta” do que a subida.

O diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou países e territórios a abandonar medidas de isolamento social somente quando a transmissão do novo coronavírus já estiver sob controle. A economia mundial deve recuar 3% este ano, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI), marcando a maior desaceleração desde a Grande Depressão de 1929.

A Espanha está aparentemente nivelando a curva no gráfico. O número de mortos pelo coronavírus nas últimas 24 horas aumentou de 517 para 567, mas esse é o menor aumento em novos casos desde 18 de março. O total de mortes subiu para 18.056, enquanto os casos confirmados da infecção aumentaram para 172.541, informou o Ministério da Saúde do país em comunicado.

Algumas empresas espanholas, incluindo construção e manufatura, foram autorizadas a reiniciar. Lojas, bares e espaços públicos devem permanecer fechados até pelo menos 26 de abril. Já o Reino Unido pretende estender suas medidas de bloqueio até o início ou talvez até o final de maio. O número oficial de mortes pelo vírus lá supera os 11 mil.

A Itália sofreu mais de 20 mil mortes com o vírus, mas começou a suspender algumas medidas de bloqueio, permitindo que as livrarias e papelarias reabram.

Via: Reuters