A evolução da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) gerou uma série de mudanças e readaptações. No setor corporativo não foi diferente. Em uma pesquisa feita no ano passado, li que apenas 31,9% das empresas brasileiras permitiam o trabalho remoto. Já em uma outra pesquisa, feita em março deste ano pela Robert Half, 41% dos entrevistados afirmou que o regime de home office só ocorreu após a determinação da quarentena.
E o que isso prova? Basicamente que, com um novo modelo de trabalho, a implementação do home office se tornou uma necessidade e uma tentativa de manter a produtividade durante o período de isolamento social – recomendado pela Organização Mundial Saúde (OMS) para evitar a disseminação da doença.
Ainda que trabalhar no conforto de casa pareça bastante convidativo, é importante que tanto empresas quanto os próprios profissionais estejam atentos às ameaças cibernéticas que têm crescido junto ao número de casos de infectados pela doença ao redor do mundo. Isso porque um ambiente de trabalho digital ideal vai muito além do simples acesso a e-mails e ferramentas colaborativas. É preciso um bom planejamento corporativo, capaz de garantir o suporte do grupo de funcionários da empresa e, também, uma série de medidas de segurança para evitar ciberataques.
Considero que, além da instalação de um bom antivírus, uma outra sugestão é a conexão dos funcionários à rede corporativa, por meio das VPNs (Virtual Private Networks). Porém, vale salientar que elas podem não estar preparadas para lidar com a tensão causada por milhares de colaboradores trabalhando remotamente, por exemplo. Por isso, considerar a atualização no servidor ou firewall que está fornecendo as soluções VPN é essencial.
Além disso, é de suma importância verificar se o acesso remoto não apresenta mais riscos tanto aos dados pessoais do funcionário quanto da própria corporação. A necessidade de se disponibilizar acesso remoto deve estar acompanhada da prevenção, ou seja, as empresas devem confirmar se o firewall está configurado para responder apenas a determinados endereços IP que poderão ser acessados remotamente pela equipe de TI.
Uma outra forma de prevenir ciberataques é utilizar o duplo fator de autenticação em todos os dispositivos da empresa. Isso faz com que o nível de segurança seja maior e garante mais uma camada de proteção na luta contra cibercriminosos que se aproveitam de possíveis vulnerabilidades para fazer vítimas. Por falar nisso, recomendo que alertas sobre golpes dos mais diferentes tipos sejam sempre assunto de relevância e conscientização dentro das empresas. Especialmente no atual momento em que vivemos, estar ciente das ameaças que estão ocorrendo faz uma grande diferença na prevenção de riscos.
E embora o acesso a dispositivos e sistemas corporativos seja imprescindível durante o período de trabalho remoto, acredito ser fundamental que os funcionários contem, também, com políticas de segurança que incluam respostas a perguntas como: quais sistemas podem ser acessados remotamente, quais podem ser acessados por meio de dispositivos móveis, etc. Para além de mecanismos de segurança, a comunicação efetiva é uma aliada na manutenção de serviços e tecnologias.