Com mais de dois bilhões de usuários em todo o mundo, o Facebook possui uma quantidade imensa de dados que podem ser usados para construir políticas públicas ou ajudar em momentos de crise. Como o último caso se tornou bem verdadeiro para nós com a pandemia do novo coronavírus, a empresa irá empregar os esforços do programa Data for Good para ajudar pesquisadores e organizações em tempos tão difíceis.

Com o know-how de ter trabalhado melhorando as taxas de vacinação no Malawi e ajudando o Centro de Controle de Doenças da Nigéria a aumentar as taxas de tratamento para meningite, o grupo produziu três novos tipos de mapas para entender melhor como dinâmicas populacionais influenciam a propagação de doenças.

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Um dos projetos é um “Mapa de Colocalização”, que revela a probabilidade de que pessoas em uma área entrem em contato com pessoas em outra, ajudando a indicar onde os casos de Covid-19 podem aparecer a seguir. As “Tendências de raio de movimento” indicam, em nível regional, se as pessoas estão ficando perto de casa ou visitando diversas partes da cidade, o que pode fornecer informações sobre se as medidas preventivas estão indo na direção certa.

Facebook/Reprodução

As tendências de raio de movimentos no Brasil (acima) mostram como o deslocamento de pessoas entre os estados caiu drasticamente em meados de março, mas subiu levemente nos últimos dias do mês.

Por fim, o “Índice de conexão social” utiliza as relações entre os usuários através de estados e países para prever a probabilidade de propagação da doença, bem como onde as áreas mais atingidas pelo novo coronavírus podem buscar apoio. “Tomamos medidas adicionais para proteger a identidade das pessoas e reduzir o risco de que alguém possa ser re-identificado”, garante a rede social em um comunicado.

Facebook/Reprodução

A empresa ainda lançou nos Estados Unidos uma pesquisa voluntária em parceria com o Centro de Pesquisa Delphi da Universidade Carnegie Mellon para ajudar os cientistas a identificar pontos críticos da Covid-19 com mais antecedência.  

Os dados serão usados para gerar novas informações sobre como responder à crise, incluindo mapas de calor dos sintomas relatados. “Essas informações também podem ajudar os sistemas de saúde a planejar onde recursos são necessários e potencialmente quando, onde e como reabrir partes da sociedade. Se os resultados forem úteis, poderemos disponibilizar pesquisas semelhantes em outras partes do mundo”, completa a empresa.