Um grupo de cientistas radicais deseja controlar a gravidade. O programa, que une teoria e engenharia data do final dos anos 1980, quando o engenheiro espacial Ron Evans solicitou à empresa onde trabalhava a possibilidade de pesquisar sobre o tema. “Muitos na empresa achavam que não deveríamos tentar porque fazíamos aviões e isso era muito especulativo. O potencial era absolutamente enorme. Poderia mudar totalmente a engenharia aeroespacial”, afirma Evans.
Ao mesmo tempo, na Nasa, o engenheiro Marc Millis iniciou um programa, chamado Breakthrough Physics Propulsion, com objetivos semelhantes. “Se você quiser ir até nossa estrela vizinha mais próxima, e digamos que queira fazer isso em 50 anos, você teria que ir a um décimo da velocidade da luz. Bem, a quantidade de propulsor que precisaria é aproximadamente a massa de todo o Sol. Precisamos de algo completamente diferente”, explica Millis.
Tentativa e erro
Na década de 1990, o cientista russo Eugene Podkletnov afirmou ter encontrado a resposta, observando um “escudo antigravitacional” fornado em um objeto suspenso sobre um supercondutor giratório. Mesmo com boas chances, quando cientistas da Nasa tentaram reproduzir a proposta, acabaram falhando. “Tendemos a pensar na gravidade como muito forte – afinal é o que nos segura à Terra. Mas é a mais fraca das forças que conhecemos na natureza. É, por exemplo, 10 vezes elevado à 40ª potência mais fraca do que o eletromagnetismo – é 1 com 40 zeros na frente”, explica Clifford Johnson, da Universidade do Sul da Califórnia. Para os pesquisadores, mesmo que alguém conseguisse manipular a gravidade em laboratório, não havia nada de útil a fazer com ela.
Novidades
Apesar do desânimo na comunidade científica, novas descobertas mostraram que o universo não está apenas se expandindo, mas acelerando esse movimento. “Algo está acelerando as galáxias umas das outras. A gravidade parece estar ‘empurrando'”, conta Tamara Davis, da Universidade de Queensland, na Austrália.
Com a novidade, surgiram novas ideias. “Até agora acreditamos que a gravidade é apenas uma força de atração. Pode ser que seja também uma força de repulsão, mas não entre matéria e matéria, mas entre matéria e antimatéria”, explica Dragan Hajdukovic.
Se comprovada, a teoria pode abrir a possibilidade para formas de antigravidade demonstrável na Terra.
Sobrevivente
Criado pelo engenheiro aeroespacial britânico Roger Shawyer, o motor de propulsão eletromagnética EM Drive, sobreviveu desde a época do Greenglow. “Não estamos mais tentando controlar a gravidade em si. Estamos vencendo a gravidade da maneira mais esperta”, explica o inventor.
Shawyer explica que o conceito usa uma propriedade conhecida da energia de microondas -chamada ‘cut-off’- para gerar empuxo. Em testes, o EM Drive pareceu se mover pela própria propulsão e, segundo o criador, com suprimento de energia solar, o motor poderia ser acelerado em qualquer direção, de maneira quase contínua.
Cientistas teóricos se mostram céticos sobre essas afirmações, já que o EM Drive parece desafiar a lei de Newton sobre a conservação do momento linear. “É o experimento que conta. Se funciona, cabe aos téoricos colocar de pé uma teoria que o explique”, declara Ron Evans.
Os testes continuam e a ideia já atraiu interesse de grandes empresas como a Boeing e até mesmo do Pentágono.
Via BBC