E-mails vazados do computador da pré-candidata do partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, dizem que o Google desenvolveu métodos e ferramentas para facilitar que rebeldes sírios pudessem protestar contra o governo de Bashar al-Assad em 2012.

A ajuda da empresa tecnológica para os dissidentes infelizes com o governo ditatorial no país aconteceu ainda nos primeiros meses da Primavera Árabe, onda de protestos organizados principalmente nas redes sociais e que atingiu diversos outros países do Oriente Médio e norte da África como Tunísia, Egito, Líbia, Marrocos, entre outros.

publicidade

Segundo o portal Engadget, na época das primeiras revoluções populares, em 2012, a pré-candidata democrata atuava como secretária de estado e recebeu um e-mail de Jared Cohen, chefe da divisão Google Ideas, no qual afirmava que uma nova ferramenta da empresa identificar e mapear desertores sírios. Cohen já trabalhou para o governo norte-americano em cargo ocupado no Departamento de Estado até 2010.

Reprodução

Conforme relata um dos e-mails obtidos por hackers e divulgados no Wikileaks, o executivo afirma que a lógica da empresa consiste em criar uma ferramenta que pudesse rastrear os rebeldes, ao invés de apenas mapear casos em que houvesse atrocidade. “Nós acreditamos que é importante encorajar e dar confiança para os opositores”, diz.

Para tornar o projeto real, a empresa firmou uma parceria com a Al-Jazeera, a mais importante emissora de televisão do mundo árabe. A parceira do Google seria a primeira a utilizar a ferramenta para identificar, mapear e televisionar as ações dos rebeldes na Síria.

Vale lembrar que em maio de 2012, o Google também se aventurou em território sírio ao lançar os serviços Picasa, Chrome e Google Earth no país e que mais recentemente, no ano passado, lançou uma campanha para ajudar refugiados de países em guerra