Uma equipe de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, conseguiu criar células cardíacas a partir de células-tronco desenvolvidas a partir de células da pele de pacientes. A técnica permite que tecido cardíaco seja criado com as próprias células dos pacientes, eliminando a necessidade de alguns transplantes.

Os pesquisadores publicaram seus resultados em um periódico online chamado Circulation Research. Além de evitar transplantes, o tecido cardíaco criado dessa maneira também apresenta risco muito menor de rejeição pelo paciente (já que é feito a partir de suas próprias células).

Curando corações partidos

Para sua pesquisa, a equipe utilizou 73 corações doados que foram considerados inadequados para transplantes. Eles utilizaram uma solução detergente para reduzir esses corações a suas matrizes extracelulares – estruturas de proteína por cima das quais o tecido se desenvolve.

Em seguida, eles reverteram células de pele a células-tronco, e fizeram-nas se desenvolverem em células musculares cardíacas. Uma vezes desenvolvidas, essas células foram incorporadas às matrizes extracelulares dos corações utilizados e, em questão de dias, haviam se transformado em tecido muscular capaz de se contrair. 

Finalmente, o coração foi colocado em um biorreator com uma solução nutriente e estressores que simulam as condições de funcionamento de um coração humano. 14 dias depois, a equipe encontrou regiões densas de ecido cardíaco em estágios iniciais de desenvolvimento que eram capazes de se contrair sob estímulos elétricos.

Apesar dos avanços, segundo o Cnet, ainda estamos longe de criar um coração inteiro em laboratório. “Regenerar um coração inteiro é um objetivo de longo prazo que ainda está a alguns anos de distância”, disse Jacques Guyette, um dos autores do artigo.